Economistas melhoraram em fevereiro as contas para o resultado primário do governo neste ano e no próximo (Andrew Harrer/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 11h08.
Brasília - Economistas melhoraram em fevereiro as contas para o resultado primário do governo neste ano e no próximo, com menor rombo esperado para o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência), apontou relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
Segundo a mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, o déficit primário para 2019 é agora estimado em 99,560 bilhões de reais, ante 102,386 bilhões de reais no mês anterior, e com folga ainda maior em relação à meta oficial de um déficit de 139 bilhões de reais.
O governo do presidente Jair Bolsonaro foi eleito com a promessa de zerar o déficit das contas públicas já neste ano e o ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou publicamente que trabalhará neste sentido.
Mas diante do sucessivo descasamento entre receitas e despesas no país, agravado pela rigidez de gastos obrigatórios como com Previdência e com a folha de salário do funcionalismo, a tarefa só será possível mediante arrecadação de receitas extraordinárias, como com o leilão do excedente do pré-sal, que pode render à União mais de 100 bilhões de reais.
O processo, contudo, ainda depende de uma série de definições, como a revisão do contrato da cessão onerosa com a Petrobras .
Para 2020, a estimativa dos economistas é de um rombo primário de 65,462 bilhões de reais, abaixo do déficit de 68,778 bilhões de reais calculado em janeiro.
Neste caso, a meta fiscal ainda não foi definida, mas foi indicada pelo governo anterior como um rombo primário de 110 bilhões. A nova equipe econômica decidirá a meta fiscal do próximo ano no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional até 15 de abril deste ano.
Quanto à dívida bruta, os cálculos para 2019 e 2020 apresentaram uma pequena melhora. Neste ano, a dívida deve fechar a 78 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sobre 78,20 por cento no relatório anterior.
Ainda segundo o Prisma, a dívida deve alcançar 79,30 por cento do PIB em 2020, ante patamar anterior de 79,80 por cento.