Economia

Economistas negam alta de preços no Rio devido à Copa

André Braz, economista do Ibre/FGV, explicou que há um aumento da inflação em serviços que oferecem infraestrutura direta aos visitantes


	Copacabana, no Rio: no ano, a inflação acumulada na cidade somou 3,88%
 (Wikimedia Commons)

Copacabana, no Rio: no ano, a inflação acumulada na cidade somou 3,88% (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 18h15.

Rio de Janeiro - O economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), descartou hoje (26) que esteja ocorrendo aquecimento generalizado de preços no Rio de Janeiro, por causa da Copa do Mundo.

O que há, explicou em entrevista à Agência Brasil, é um aumento da inflação em serviços que oferecem infraestrutura direta aos visitantes, como os setores de alimentação, em especial refeição fora de casa, transportes - com destaque para passagens aéreas - e hospedagem.

O professor de economia da Faculdade Mackenzie Rio, Marcelo Anache, citou ainda os serviços de entretenimento e lazer, que estão sendo afetados pelo evento. “O que você tem, na verdade, são algumas coisas pontuais”, comentou.

Anache observou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio último, atingiu 7,61% no Rio de Janeiro, superando a média nacional de 6,37%.

No ano, a inflação acumulada no Rio somou 3,88%, acima também dos 3,33% da média brasileira.

Segundo ele, a inflação, na capital fluminense, foi puxada pela alimentação fora de casa e pela locação de imóveis.

André Braz não acredita que o aumento dos preços desses serviços tenha continuidade depois do encerramento da Copa, dia 13 de julho, “porque a demanda cai muito”.

Mesmo que a retração de preços não ocorra de forma instantânea, “certamente poderá haver um recuo”, ponderou.

Ele concorda, porém, com o professor Marcelo Anache, e diz que a inflação ao consumidor, do setor de serviços como um todo, não mostrará queda acentuada, e acha que haverá correção de preços administrados.

Como André Braz, Anache também não acredita que os índices baixos de inflação, registrados no segundo semestre de 2013, se repitam, por causa dos preços administrados.

“O governo reprimiu o aumento da energia elétrica, por exemplo, e a qualquer momento vai ter que ajustar isso”, ressaltou.

Anache não vê, contudo, possibilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta, de 6,5%, neste ano.

A própria expectativa do Banco Central, lembrou ele, é de terminar este ano com IPCA de 6,5%, "mas não passa disso, com certeza, porque sempre tem itens que criam um resfriamento do ambiente de preços”, destacou.

André Braz acredita que dentre os preços administrados a serem corrigidos estão a energia elétrica e a gasolina, e estima que a alta prevista para o setor de serviços tem a ver com a taxa de desemprego que, em abril passado, alcançou média de 4,9%, mínima histórica para o mês.

Hoje (26), devido à greve de servidores, o IBGE não pôde divulgar a taxa média de desemprego de maio. Foi apurada a taxa para quatro regiões metropolitanas apenas (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife), faltando Salvador e Porto Alegre.

O economista da FGV salientou que a ampliação do emprego significa que há consumidores com potencial de compra, e isso “ajuda a sustentar o vigor dos preços no setor de serviços”.

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