Economia

Economistas elevam projeção de Selic a 9,25% e reduzem PIB

Para 2014, a previsão para a taxa básica de juros também subiu a 9,25 por cento, diante do cenário de inflação ainda pressionada


	Brasileiro negocia reais por dólares: analistas consultados na pesquisa Focus veem o dólar mais alto neste ano, alcançando R$2,15
 (REUTERS/Bruno Domingos)

Brasileiro negocia reais por dólares: analistas consultados na pesquisa Focus veem o dólar mais alto neste ano, alcançando R$2,15 (REUTERS/Bruno Domingos)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 10h00.

São Paulo - Economistas de instituições financeiras elevaram sua perspectiva para a Selic neste ano e ainda assim veem a inflação mais alta e expansão econômica menor, logo depois de o Banco Central piorar suas estimativas para a economia brasileira em 2013.

Além disso, analistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira veem o dólar mais alto neste ano, alcançando 2,15 reais no final do ano.

O Focus mostrou que, diante do cenário de inflação ainda pressionada, os analistas consultados pelo BC elevaram a projeção para a Selic a 9,25 por cento em 2013, ante 9,0 por cento anteriormente. Para 2014, a previsão para a taxa básica de juros também subiu a 9,25 por cento, ante 9,0 por cento.

Para a reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), a expectativa segue inalterada, de alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, atualmente em 8,0 por cento.

O Top 5, por sua vez, mostra que as instituições que mais acertam no médio prazo veem a Selic a 9,50 por cento tanto no final de 2013 quanto de 2014, ante 9,25 anteriormente.

No mercado, há uma divisão sobre os próximos passos do BC sobre a Selic, com parte acreditando que o ritmo atual --de alta de 0,5 ponto percentual, como ocorreu em maio-- será mantido e, a outra, apostando que ele será acelerado a 0,75 ponto percentual neste mês.

Inflação e crescimento

Apesar da expectativa de maior aperto da política monetária, os agentes econômicos consultados no Focus veem o IPCA mais alto neste ano, a 5,87 por cento, ante 5,86 por cento na pesquisa anterior. Para 2014, a projeção foi elevada a 5,88 por cento, ante 5,80 por cento.


Por sua vez, a projeção para a inflação nos próximos 12 meses foi ligeiramente reduzida pela segunda semana seguida a 5,65 por cento, ante 5,66 por cento anteriormente.

A inflação continua dando sinais de resistência no país e, na semana passada, o BC piorou sua visão para o IPCA neste ano para 6,0 por cento, ante previsão anterior de 5,7 por cento, no cenário de referência, que considera a Selic a 8,0 por cento.

Apesar disso, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, acredita que o IPCA fechará este ano abaixo dos 5,84 por cento registrados em 2012, destacando que o BC tem os instrumentos necessários para manter a inflação sob controle.

A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância e 2 pontos percentuais. Para o BC, as chances de o IPCA estourar o teto neste ano são de 29 por cento.

O BC também piorou seu cenário para o crescimento neste ano, prevendo que o PIB crescerá 2,7 por cento, ante 3,1 por cento estimados até então. Essa perspectiva é melhor do que a mediana dos economistas consultados no Focus, que veem expansão de 2,40 por cento, ante 2,46 por cento, na sétima semana seguida de redução da projeção.

Para 2014, a projeção no Focus foi reduzida a 3,00 por cento, ante 3,10 por cento na semana anterior.

O Focus mostrou ainda que a perspectiva de crescimento da produção industrial neste ano foi reduzida a 2,49 por cento, ante 2,56 por cento na pesquisa anterior. Para 2014, por outro lado, a projeção foi elevada a 3,20 por cento, frente a 3,10 por cento.

A pesquisa ainda indicou que os economistas elevaram pela segunda semana seguida a expectativa para o dólar no final deste ano a 2,15 reais, ante a 2,13 reais anteriormente. Para 2014, a projeção foi mantida em 2,20 reais.

Num cenário de valorização devido às preocupações com a possibilidade de redução do estímulo dos Estados Unidos, a moeda norte-americana voltou a fechar na sexta-feira com alta de mais de 1 por cento, apesar de atuações do BC, cotada 2,2317 reais na venda.

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