Economia

Economistas aumentam previsão para IPCA e Selic em 2021 no Boletim Focus

A mediana para o IPCA este ano subiu de 3,43% para 3,50%, segundo a nova edição do Boletim Focus, publicada nesta segunda-feira, 25

Inflação: em 2020, IPCA ficou acima do centro da meta (Reinaldo Canato/VEJA)

Inflação: em 2020, IPCA ficou acima do centro da meta (Reinaldo Canato/VEJA)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 25 de janeiro de 2021 às 09h34.

Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 15h01.

Os economistas do mercado financeiro aumentaram a previsão para o IPCA -- o índice oficial de preços -- e a taxa de juros em 2021, segundo nova edição do Boletim Focus, publicada nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central.

A mediana dos economistas ouvidos pelo Focus para o IPCA neste ano subiu de 3,43% para 3,50%. Há um mês, a mediana para 2021 estava ainda menor, em 3,34%.

Quanto aos próximos dois anos, a projeção para o IPCA se manteve igual em todas as últimas quatro semanas (de 3,50% para 2022 e 3,25% para 2023).

Apesar das altas recentes, a projeção dos economistas para a inflação ainda está abaixo do centro da meta de 2021, de 3,75% -- margem de tolerância de 1,5 ponto, de 2,25% a 5,25%.

Em 2020, o IPCA fechou em 4,52%, segundo divulgado neste mês pelo IBGE, acima do centro da meta. O índice inflacionário no ano passado foi puxado por preços de setores como alimentação e material de construção, com impulso do auxílio emergencial, que balanceou o aumento do desemprego.

Com a perspectiva de alta na inflação por algum tempo, analistas também continuam aumentando a projeção para a taxa de juros. No boletim desta segunda-feira, a previsão para a taxa Selic em 2021 no Focus foi de 3,25% para 3,50%. Há quatro semanas, era de 3,13%.

Os mercados já trabalham com algum aumento na taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central deste ano, diante da alta na inflação. O Copom optou na primeira reunião do ano por manter a taxa de juros nos atuais 2%, a menor da história, mas retirou o chamado forward guidance, que garantia que não haveria novos aumentos da taxa em um futuro próximo.

Relatório da EXAME Research na semana passada aponta que há expectativa de que a taxa de juros chegue a 3,5%, mas com exceção de um choque grande e amplo aumento do risco fiscal, a Selic não deve chegar à casa dos 5% ainda neste ano.

“Após ficar inerte nos 3% por um bom tempo, a mediana do Focus finalmente começou o processo de elevação da Selic esperada para 2021, e, como dissemos, ainda vemos espaço para nova elevação das expectativas”, diz o relatório (cadastre-se para ler na íntegra).

Já a projeção de crescimento do PIB segue estável. A previsão subiu de 3,45% para 3,49% nesta semana, valor que se mantém igual ao que era há um mês.

Dólar segue a 5 reais

O Boletim Focus desta segunda-feira aponta também manutenção da margem atual do dólar. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período seguiu em 5 reais, valor igual ao de um mês atrás.

Os economistas também não projetam quedas amplas no preço do dólar para 2022. A previsão no Focus para o ano que vem subiu de 4,90 reais para 5 reais.

(Com Estadão Conteúdo)

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBoletim FocusDólarInflaçãoIPCAPIBSelic

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo