Economia

Economistas acreditam que Brexit será adiado, diz Banco da Inglaterra

O presidente do Banco da Inglaterra afirmou que os mercados esperam que o parlamento assinale "a direção" do processo de saída da UE em breve

Brexit: "É esperada "uma contínua volatilidade", afirmou Carney (Toby Melville/Reuters)

Brexit: "É esperada "uma contínua volatilidade", afirmou Carney (Toby Melville/Reuters)

E

EFE

Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 09h38.

Londres - O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, disse nesta quarta-feira que os mercados acreditam que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) será adiada, depois da derrota ontem do acordo proposto pelo governo britânico.

"Houve uma marcada alta da libra depois da votação e o comentário nos mercados públicos, que coincide com nossa própria informação, indica que esse aumento reflete a expectativa de que o processo de resolução se estenderá e que a possibilidade de um Brexit sem acordo pode ter diminuído", declarou Carney.

A libra primeiro caiu, mas em seguida se revalorizou frente ao dólar e ao euro, depois que a Câmara dos Comuns rejeitou ontem à noite, por 432 votos contra e 202 a favor, o pacto para a saída da UE proposto pela primeira-ministra Theresa May.

A divisa britânica subia 0,12% esta manhã frente ao dólar, até US$ 1,287, e 0,12% em relação ao euro, até 1,128 euro.

Após abrir em alta, a Bolsa de Londres, por sua parte, perdia 0,57% às 10h35 (horário local, 8h35 de Brasília).

Carney está agora diante da Comissão do Tesouro dos Comuns, onde responde a perguntas dos deputados sobre os riscos para a estabilidade econômica do Reino Unido, que incluem o Brexit, mas também a desaceleração da economia chinesa e a guerra comercial entre este país e os Estados Unidos.

O presidente do Banco da Inglaterra explicou que os mercados, da mesma forma que o país no seu conjunto, esperam que o parlamento assinale "a direção" que há de tomar o processo de saída da UE, e previu que é de se esperar "uma contínua volatilidade".

Contudo, se mostrou confiante que o sistema financeiro britânico está preparado e "resistirá" aos diferentes tipos de impacto que podem acontecer e lembrou que os bancos foram obrigados a separar capital de reserva que poderia "ser liberado para estimular o crédito".

Em novembro do ano passado, o Banco da Inglaterra indicou que um Brexit sem acordo e sem período de transição no próximo dia 29 de março causaria uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de até 8% sobre o nível atual até 2023, o que instigaria uma recessão.

Também previu, nesse cenário de choque máximo, uma desvalorização da libra de até 25% e um aumento da inflação para 6,5%, enquanto o desemprego subiria 7,5% e as taxas de juros poderiam subir até 5,5%.

Por enquanto, a economia britânica se mantém estável, embora desacelerada, e os últimos dados de inflação divulgados hoje pelo Escritório Nacional de Estatísticas indicam que o Índice de Preços ao Consumo (IPC) caiu 2,1% em novembro, seu nível mais baixo em quase dois anos, frente ao 2,3% do mês anterior.

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoTheresa MayUnião Europeia

Mais de Economia

Câmara aprova isenção de imposto de importação para medicamentos

Haddad confirma envio de PEC sobre revisão de gastos

BNDES vai financiar projetos de saneamento e mobilidade com FGTS