Economia

Economista que acertou IPCA: deflação fora de época é economia fraca

Para Alex Agostini, da Austing Rating, cenário precisa de um resgate da confiança dos investidores, o que passa pela aprovação da reforma da Previdência

Economia brasileira: em 2021, consolidado o cenário de aprovação das reformas, a economia deve reagir e haverá a pressão dos preços, prevê Agostini (Brian Snyder/Reuters)

Economia brasileira: em 2021, consolidado o cenário de aprovação das reformas, a economia deve reagir e haverá a pressão dos preços, prevê Agostini (Brian Snyder/Reuters)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 10h49.

Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 10h49.

Apesar de ter registrado deflação, o IPCA de setembro mostra que itens mais relacionados à atividade continuam bastante deprimidos, porque empresas não têm espaço para colocar margem de preço, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austing Rating, em entrevista por telefone.

“Deflação, quando não é motivada por fatores sazonais, é sintoma de uma economia fraca. Por um lado, mantém espaço para queda da taxa de juros, por outro, continua mostrando que economia precisa urgentemente de mudança de rumo”

Para o economista, não é a Selic que vai mudar o cenário. O que mudará é um resgate da confiança dos investidores e passa pela aprovação da reforma da Previdência, que ainda não aconteceu.

Mesmo com o dado, Agostini vê piso da Selic em 4,75% e ainda antevê alta da taxa nominal no próximo ano, indo gradativamente para 6% no fim de 2020 considerando que a execução da política monetária a partir de julho mirará 2021, quando a meta é de 3,75%.

Em 2021, consolidado o cenário de aprovação das reformas, a economia deve reagir e haverá a pressão dos preços administrados, que terá de ser combatida com juros, segundo ele.

O IPCA registrou deflação de 0,04% em setembro, de acordo com anúncio feito pelo IBGE nesta quarta-feira (9). O resultado confirmou o prognóstico de Agostinio, o mais baixo entre os consultados pela Bloomberg.

O economista já defendia que o corte de Selic deveria ter sido iniciado no Copom de maio, quando era a voz dissonante pela flexibilização naquele momento.

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