Economia

Economista do Santander acha pouco provável que dólar chegue a R$ 4

Mauricio Molon, que é economista-chefe da instituição, acredita que taxa de câmbio deve terminar 2018 em R$ 3,50, subindo para R$ 3,57 no ano que vem

Dólar: "Não há tendência de depreciação exagerada do câmbio, sem que haja um evento extremo", diz Mauricio Molon (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Dólar: "Não há tendência de depreciação exagerada do câmbio, sem que haja um evento extremo", diz Mauricio Molon (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2018 às 20h48.

São Paulo - O economista-chefe do banco Santander, Mauricio Molon, afirmou nesta quinta-feira, 10, que é pouco provável que o dólar chegue a R$ 4 ou ultrapasse esse nível. "Não há tendência de depreciação exagerada do câmbio, sem que haja um evento extremo. Ainda que o banco central dos EUA suba os juros, é pouco provável que o dólar chegue a R$ 4", disse o economista, em evento da seguradora de crédito Coface, em São Paulo.

Para ele, a taxa de câmbio deve terminar 2018 em R$ 3,50, subindo para R$ 3,57 no ano que vem. O aumento do dólar, ele acrescentou, deve ter efeito limitado sobre a inflação. "O Brasil está com inflação muito baixa. Então, quando o dólar sobe, sobe em termos nominais, então o repasse para a inflação é pequeno", explicou, ressaltando que o IPCA em 12 meses está abaixo de 3%.

Com isso, a valorização da moeda norte-americana não deve impedir o Banco Central (BC) de cortar a Selic na semana que vem para 6,25% ao ano, ele acredita. A taxa, disse ainda, deve ficar nesse nível em todo o ano de 2018, avançando em 2019 para 7,5% ao ano. "Você tem muito tempo até o BC começar a pensar em subir juros", afirmou o economista. "Se a atividade econômica não for como se espera, vai ficar mais tarde do que cedo a elevação dos juros", disse.

O Santander prevê crescimento econômico de 3,2% para a economia brasileira, tanto em 2018 quanto em 2019. "Estamos otimistas com a retomada. Os fundamentos ainda são bons", afirmou, lembrando que a taxa de comprometimento de renda dos brasileiros caiu de 22% para 19,9%, com expectativa de recuar para 18,5% até o fim do ano.

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