Economia

Economista: brasileiro não sabe controlar seu dinheiro

Os consumidores estão batendo recordes de compras em quase todos os segmentos de mercado, em função da maior oferta de empregos e do crescimento da massa salarial

Toda decisão de compra deve ser bem pensada, diz o especialista (Cláudia)

Toda decisão de compra deve ser bem pensada, diz o especialista (Cláudia)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2011 às 08h54.

São Paulo - A alta de 13,7% da demanda pessoal por créditos no primeiro semestre, que desembocou na venda recorde de 1,73 milhão de veículos no período, pode resultar em risco de descontrole financeiro. Principalmente porque o brasileiro "não detém a cultura de controlar seu dinheiro adequadamente". O alerta é do educador financeiro Reinaldo Domingos, do Instituto Dsop, de São Paulo.

Segundo ele, os consumidores estão batendo recordes de compras em quase todos os segmentos de mercado, em função da maior oferta de empregos e do crescimento da massa salarial. Esse contexto, na avaliação de Domingos, permite que mais brasileiros realizem sonhos de consumo e façam mais dívidas, mas "é fundamental que tomem alguns cuidados básicos para não cair na inadimplência".

Analise do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) também adverte que o aumento médio das taxas de juros, de 41% para 47% nos cinco primeiros meses do ano, "pode levar os devedores a não conseguirem honrar seus compromissos". A inadimplência (atraso de mais de 15 dias no pagamento) subiu de 7,8% em dezembro último para 9,1% em maio, de acordo com o Ibmec, e as famílias estão usando uma parte maior, em torno de 50% do seu orçamento, para pagar dívidas.

O professor Reinaldo Domingos disse que na compra de carro, especificamente, os novos consumidores dificilmente perceberão os reflexos que a operação acarreta ao seu bolso, em decorrência dos custos de manutenção e gastos com combustíveis, seguro, IPVA, Dpvat, depreciação, lavagens, estacionamentos e eventuais multas. Segundo seus cálculos, o custo mensal de um carro usado, na faixa de R$ 20 mil, fica em torno de R$ 500,00 - mais alto, às vezes, do que a própria prestação do veículo.

Por isso, a decisão de comprar um carro deve ser bem pensada, depois de avaliar todos os prós e contras, segundo ele. Na maioria das vezes, acrescentou, o potencial comprador pode esperar um pouco mais e juntar uma reserva de dinheiro que será fundamental para baratear o custo do financiamento e assegurar sua saúde financeira.

Autor dos livros Terapia Financeira (2007) e Livre-se das Dívidas (2011), dentre outros, Reinaldo Domingos acrescenta que além dos cuidados com manutenção básica e combustíveis, o novo proprietário tem que se conscientizar também sobre o respeito às leis de trânsito, de modo a evitar acidentes e multas, que acabam em gastos indesejáveis.

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