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Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2010 às 11h36.
Bruxelas - A Comissão Europeia melhorou hoje suas previsões de crescimento econômico para a União Europeia, passando de 0,7% do PIB para 1% este ano, o que confirma que a recuperação "está em andamento".
No entanto, a comissão alertou sobre o desemprego, o déficit público e as tensões nos mercados para a crise grega.
Após elevar sua previsão de crescimento também para a zona do Euro de 0,7% do PIB para 0,9% em 2010, o Executivo comunitário reconheceu que as tensões vividas nos mercados de dívida nos últimos meses por causa da crise grega poderiam prejudicar a recuperação caso se estendam as especulações sobre a solvência do país e de outros vizinhos do sul da Europa.
Por este motivo, "com objeto de salvaguardar a recuperação econômica, que ainda é modesta e de certo modo frágil", o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, considerou "absolutamente essencial conter o incêndio na Grécia para que não se transforme em algo que ameace a estabilidade da UE e sua economia em conjunto".
Assim, considerou essencial tomar "medidas decididas e continuadas" para salvaguardar a saúde das finanças públicas em todos os Estados-membros, cujo déficit público deve chegar aos 7,25% do PIB da UE em 2010, segundo estimativas publicadas hoje.
O pacote de ajuda à Grécia de até 110 bilhões de euros aprovado domingo pelos ministros de Finanças do euro contribuirá, além disso, para "reduzir gradualmente esta instabilidade" nos mercados, embora a experiência tenha mostrado que isto não ocorrerá "de um dia para outro", explicou Rehn.
Por outro lado, o comissário europeu quis despejar as dúvidas sobre a solidez de outras economias do sul da Europa, como a Espanha e Portugal, após criticar os "falsos rumores" propagados na terça-feira acerca da suposta preparação de uma ajuda financeira internacional para a Espanha.
"Todos temos que cortar estes falsos rumores para não alimentar uma especulação desnecessária que está atingindo níveis quase de euforia em alguns locais", advertiu o comissário.
Além da situação das contas públicas, a CE enumerou outros fatores que farão com que a recuperação na Europa não "tome corpo de maneira mais firme até o final de 2010": Os baixos níveis de investimento, o baixo crescimento do consumo privado, a fraqueza salarial, o crescimento do desemprego e, em alguns países como a Espanha, a correção no setor da construção.
Em seu relatório a Comissão diz que o mercado de trabalho europeu mostrou recentemente "alguns sinais de estabilização", com uma taxa de desemprego que deveria culminar este ano em um nível inferior ao previsto "mas, em todo caso, próximo aos 10% na UE".
Por isso, paralelamente às medidas para sanear as contas públicas e evitar a especulação, Rehn defendeu reformas estruturais que melhorem "a produtividade, o crescimento e a capacidade de nossas economias para produzir empregos de maneira sustentável".
Por outro lado, o comissário explicou que os números publicados hoje para a Grécia estão incompletos ao não contemplar as medidas de ajuste adicionais anunciadas no domingo pelo Governo grego e que supõem 2,5% do PIB.
O comissário estima que a economia grega deva se contrair 4% este ano (frente à previsão publicada hoje de -3%) e cair 2,5% no ano que vem (o prognóstico inicial era de -0,5%) devido ao efeito das medidas a serem aplicadas.
O relatório da CE publicado hoje também prevê que a inflação se manterá sob controle na União Europeia, com um aumento anual de 1,8% e de 1,7% durante os anos de 2010 e 2011; assim como na zona do euro, com crescimentos de 1,5% e 1,7% nesse ano e no ano que vem.