Economia

Economia sai da recessão, mas investimentos ainda sofrem

Apesar da melhora no primeiro trimestre, especialistas acreditam que a economia pode voltar a perder força daqui para frente

PIB: IBGE revisou ainda o resultado do PIB no quarto trimestre do ano passado, para queda de 0,5 por cento, sobre redução de 0,9 por cento antes (iStock/Thinkstock)

PIB: IBGE revisou ainda o resultado do PIB no quarto trimestre do ano passado, para queda de 0,5 por cento, sobre redução de 0,9 por cento antes (iStock/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 1 de junho de 2017 às 12h00.

São Paulo / Rio de Janeiro - O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1 por cento no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, resultado em linha ao esperado e com forte expansão do setor agropecuário, mas os investimentos continuam em queda.

Com isso, o país encerrou dois anos seguidos de recessão, a mais longa da história. Sobre o primeiro trimestre de 2016, no entanto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, o PIB encolheu 0,4 por cento nos três primeiros meses deste ano.

Pesquisa da Reuters apontava que a economia cresceria 1 por cento entre janeiro e março na comparação com o trimestre anterior, maior avanço desde o segundo trimestre de 2013 (+2,3 por cento), e mostraria queda de 0,5 por cento sobre o primeiro trimestre de 2016.

Segundo o IBGE, a agropecuária saltou 13,4 por cento no trimestre passado, comparado com o período imediatamente anterior, por conta da supersafra, enquanto a indústria teve expansão de 0,9 por cento e os serviços ficaram estagnados.

Pela ótica da despesas, no entanto, o quadro foi mais negativo, com destaque para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), com queda de 1,6 por cento no período, enquanto que o consumo das famílias e do governo recuaram 0,1 e 0,6 por cento, respectivamente. As exportações de bens e serviços, por outro lado, subiram 4,8 por cento.

O IBGE revisou ainda o resultado do PIB no quarto trimestre do ano passado, para queda de 0,5 por cento, sobre redução de 0,9 por cento antes.

O instituto fez recentemente mudança de metodologia para mensurar os setores de serviços e varejo, cuja base de comparação passou a ser 2014, e não mais 2011.

Apesar da melhora no primeiro trimestre, especialistas acreditam que a economia pode voltar a perder força daqui para frente, ainda com o desemprego elevado e a crise política que atingiu o presidente Michel Temer.

Ele é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes, entre outros, de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F.

Com isso, já há pedidos de impeachment contra o presidente no Congresso Nacional, aumentando os temores de que as reformas, sobretudo a da Previdência, não saiam do papel.

E eram justamente elas apontadas por especialistas como fundamentais para garantir recuperação consistente da economia, junto com a queda de juros básicos. Mas esta também foi afetada pela crise política.

Na véspera, o Banco Central manteve o passo e reduziu a Selic em 1 ponto percentual, a 10,25 por cento, apesar de o cenário de inflação dar suporte para movimentos mais ousados. E sinalizou que vai optar por reduções menores daqui para frente.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraCrise econômicaPIBPIB do Brasil

Mais de Economia

Reforma tributária: apenas 9,5% das empresas se dizem prontas para mudanças, diz estudo

Qual o valor do salário mínimo em 2025? Veja histórico dos últimos 10 anos

Como as novas tarifas de Trump podem mexer no mercado de caminhões

Câmara pode votar MP que tributa LCI, LCA e LCD nesta terça em meio a impasse com agro