Economia

Economia recuou em novembro 0,31%, aponta BC

O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, que apostava em alta de 0,2%


	Trabalhador em indústria: Dados preliminares indicam que o resultado foi ruim para a indústria e para o comércio
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Trabalhador em indústria: Dados preliminares indicam que o resultado foi ruim para a indústria e para o comércio (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2014 às 09h44.

Brasília - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) registrou queda de 0,31% em novembro sobre o mês anterior, influenciado pelo recuo na produção industrial. O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, que apostava em alta de 0,2%.

Para dezembro, dados preliminares indicam que o resultado foi ruim para a indústria e para o comércio. O Itaú Unibanco, por exemplo, prevê queda de 0,2% na atividade no último mês de 2013 e avalia que o quadro atual aumenta a chance de uma atividade econômica mais fraca no primeiro trimestre de 2014.

O IBC-Br, que é uma espécie de prévia do PIB oficial, mostra crescimento da economia de 2,43% nos 12 meses encerrados em novembro. A mediana das previsões do mercado para o PIB é de alta de 2,27% em 2013 e 1,99% em 2014.

O resultado abaixo das expectativas do mercado em novembro motivou a revisão das estimativas do Banco ABC Brasil para o PIB, segundo a economista Mariana Hauer. "Nossa projeção para o quarto trimestre estava entre crescimento de 0,5% e 0,7%, mas agora 0,5% passa a ser o teto. Vamos rever a previsão trimestral e, como consequência, a anual", afirmou.

Mariana disse que o desempenho da indústria deve ter puxado o IBC-Br para baixo, mas também pode ter sido influência de agricultura ou serviços. "De qualquer forma, foi muito ruim", afirmou. "Se o IBC-Br de dezembro vier um pouco negativo, o que é possível, em razão da previsão para a produção industrial, o IBC-Br do quarto trimestre ficará zerado." A economista não acredita que o cenário de baixa atividade antecipe o fim do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic). Na última quarta-feira, o BC anunciou o sexto aumento consecutivo de 0,50 ponto porcentual nos juros, para 10,50% ao ano. "A atividade pesa nas decisões, mas o BC sinalizou que a inflação pesa mais. Acreditamos em uma alta de 0,25 ponto (em fevereiro)."

A Rosenberg Associados, por outro lado, avalia que o número de novembro ainda não é suficiente para mudar a previsão de PIB de 2013, pois, se o IBC-Br ficar estável em dezembro, o indicador ainda assim indica alta de 0,5% no último trimestre.

A projeção é de que o PIB suba 0,7% nos últimos três meses do ano, na comparação com o trimestre anterior e registre variação de 2,5% em 2013, segundo a economista-chefe da Rosenberg, Thais Zara. Ela concorda, entretanto, que o índice não levará o BC a abandonar o uso dos juros para controlar a inflação. Para ela, a surpresa negativa do IBC-Br em novembro pode ter vindo do setor de serviços.

Rodrigo Mello, economista-chefe da Icatu Vanguarda, afirmou que os dados já disponíveis sobre a atividade em dezembro reforçam a percepção de que o desempenho da economia no quarto trimestre será fraco. Ele manteve suas projeções de crescimento do PIB, que são de alta em torno de 0,5% no quarto trimestre e de 2,3% em 2013. No terceiro trimestre do ano passado, o PIB já havia mostrado retração de 0,5%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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