Economia

Economia prepara cardápio pós-Previdência e deve lançar site com projetos

Redução do custo da energia, liberação do PIS/Pasep, reforma tributária e um novo pacto federativo estariam entre as discussões do governo para o setor

Ministério da Economia: equipe econômica deve reunir proposta no site (Adriano Machado/Reuters)

Ministério da Economia: equipe econômica deve reunir proposta no site (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de julho de 2019 às 16h12.

Última atualização em 10 de julho de 2019 às 16h21.

Brasília — A equipe econômica trabalha para reunir num site as medidas já adotadas pelo governo e as que estão por vir após a Câmara dos Deputados aprovar a reforma da Previdência, num esforço para dar publicidade ao que vem sendo feito em meio às críticas de que o governo estacionou nas regras da aposentadoria e pouco fez para impulsionar a combalida atividade econômica.

Na segunda-feira à noite, integrantes do alto escalão da equipe econômica, incluindo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se encontraram informalmente e debateram o horizonte pós-Previdência diante da avaliação que a reforma deve ser votada na Câmara dos Deputados antes do recesso parlamentar.

Nesta quinta-feira, 10, será a vez de todos os secretários da Economia se reunirem com Guedes para missão semelhante. A ideia é jogar luz sobre as próximas ações do governo e centrar esforços nas pautas que são vistas como de maior aceitação junto ao Congresso e à própria sociedade.

"É para preparar não o anúncio, mas a concatenação daquilo que já está acontecendo porque eles (técnicos) trabalharam praticamente no anonimato para não atrapalhar a reforma da Previdência", disse uma fonte que integra o time. Entrará nessa compilação, por exemplo, o choque de energia barata prometido por Guedes, tema que começou a ganhar terreno e deve ser perseguido como meta daqui para frente.

Membros do próprio governo já disseram que a equipe trabalha numa proposta de reforma tributária e num novo pacto federativo com divisão de recursos com Estados e municípios. Para movimentar a economia, a liberação de recursos do PIS/Pasep e do FGTS também está sendo engatilhada.

"Nós temos no segundo semestre, por delegação e determinação do ministro Guedes, uma série de medidas a serem anunciadas, parte com Congresso, parte diretamente pelo setor Executivo", disse a jornalistas esta semana o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.

No cardápio de medidas, estão iniciativas tanto para fomentar o uso de imóveis em garantia para empréstimos mais baratos como para a regulação da hipoteca reversa, pelo qual o dono de um imóvel, ao abrir mão da titularidade do bem em favor de um banco, receberá da instituição uma espécie de salário até o fim da vida.

No grupo de ações já adotadas estão a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, para reduzir papel do Estado na criação e gestão de negócios, e o projeto que cria um plano de socorro a Estados, com o governo concedendo garantia para empréstimos feitos por entes que se comprometerem com medidas de ajuste fiscal.

Assim como o BC organizou e divulgou amplamente sua pauta de prioridades na chamada Agenda BC+, rebatizada de BC# sob a gestão de Campos Neto, o Ministério da Economia buscará, com o site, fazer o mesmo.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da EconomiaReforma da PrevidênciaReforma tributária

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE