Economia

Economia mundial deve ter recuperação modesta em 2017, diz ONU

O estudo indica que a economia mundial expandiu 2,2% no ano passado, a mais baixa taxa de crescimento desde a grande recessão global de 2009

Mundo: apontamentos estão no relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2017 (Getty Images)

Mundo: apontamentos estão no relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2017 (Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 14h28.

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê uma modesta recuperação da economia global em 2017 e 2018, mas destaca que a volta de um crescimento sustentável continua difícil de ser alcançado por causa da escassez de investimentos, da fragilidade do comércio mundial e de uma desaceleração da produtividade laboral.

É o que aponta o relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2017, divulgado hoje (17), em Nova York.

O estudo indica que a economia mundial expandiu 2,2% no ano passado, a mais baixa taxa de crescimento desde a grande recessão global de 2009. A ONU estima que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial aumente em 2,7% este ano e em 2,9%, em 2018.

Segundo o relatório, a melhora moderada dos indicadores sinaliza mais uma estabilização econômica do que uma retomada robusta e sustentável da economia internacional.

De acordo com o relatório, o comércio mundial de bens e serviços teve alta de apenas 1,2% em 2016. A previsão da ONU é aumento de 2,7% este ano e 3,3% em 2018.

Entre os fatores para o baixo crescimento estão a queda na demanda, as incertezas no cenário político internacional e uma menor liberalização do comércio mundial.

Entre as incertezas nas relações internacionais destacadas pelas Nações Unidas que podem impactar as previsões de recuperação econômica figuram as prováveis mudanças nas áreas de comércio global, imigração e mudança climática do governo do novo presidente norte-americano Donald Trump, que toma posse na sexta-feira (20), e a saída da Grã-Bretanha da União Europeia, o chamado Brexit.

O levantamento também mostra que os países em desenvolvimento continuam a ser os principais motores do crescimento global e representam aproximadamente 60% da expansão do PIB mundial no período entre 2016 e 2018.

A Ásia Oriental e Meridional permanecem como as regiões mais dinâmicas do mundo, graças à forte demanda interna e às políticas macroeconômicas de apoio à economia.

O subsecretário-geral de Desenvolvimento Econômico do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Lenni Montiel, ressaltou, em nota, a necessidade de se redobrar os esforços para que a economia internacional volte a um caminho de crescimento mais firme e inclusivo, com a criação de um ambiente econômico propício para o desenvolvimento sustentável.

Países menos desenvolvidos

A ONU também destaca que o crescimento do PIB nos países menos desenvolvidos (47 nações da África e da Ásia mais o Haiti) ficará abaixo da meta de 7% fixada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Os 17 ODS, expressos em 169 metas, representam o eixo central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2016.

Esse grupo de países deve crescer 5,2% este ano e 5,5% em 2018. O documento indica que quase 35% da população desses Estados se encontrarão em pobreza extrema em 2030 se permanecer o atual patamar de crescimento.

Escassez de investimentos

O relatório mostra que a prolongada escassez de investimentos é uma das principais causas da desaceleração do crescimento mundial. Segundo a ONU, muitas economias vêm passando por uma queda no investimento público e privado, especialmente nas indústrias extrativas e do petróleo.

Nos países exportadores de produtos primários, os governos reduziram o investimento em infraestrutura e serviços sociais como resposta a uma brusca queda nas receitas.

Ao mesmo tempo, aponta a ONU, o aumento da produtividade laboral desacelerou consideravelmente na maioria das economias desenvolvidas e em desenvolvimento.

O documento ressalta a importância de novos investimentos como motor de inovações tecnológicas e de aumento da eficiência. O estudo conclui que o investimento em áreas fundamentais, como pesquisa, educação e infraestrutura, pode promover não só o progresso social e ambiental, mas também contribuir para o aumento da produtividade.

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