Economia

Economia mexicana pode passar Brasil em 10 anos, diz Nomura

O México pode se tornar uma economia "jaguar", semelhante às economias "tigre" da Ásia Oriental, afirmou o banco de investimentos japonês


	Bandeira do México: ao longo da próxima década, o Nomura projeta crescimento médio de 2,75 por cento a 3,25 por cento no Brasil e de 4,25 por cento a 4,75 por cento no México.
 (Kevin C. Cox/Getty Images)

Bandeira do México: ao longo da próxima década, o Nomura projeta crescimento médio de 2,75 por cento a 3,25 por cento no Brasil e de 4,25 por cento a 4,75 por cento no México. (Kevin C. Cox/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2012 às 23h00.

São Paulo - O México pode superar o Brasil como a maior economia da América Latina em 10 anos, de acordo com pesquisa de economistas do banco de investimento japonês Nomura.

O México pode se tornar uma economia "jaguar", semelhante às economias "tigre" da Ásia Oriental, caso seu governo recém-eleito seja bem-sucedido em impulsionar o fraco crescimento com reformas econômicas ambiciosas, completou o Nomura.

O otimismo sobre a possibilidade de mudanças no México contrasta com a fadiga de reformas no Brasil, onde o governo tem anunciado uma série de medidas para impulsionar a indústria e proteger exportadores de uma taxa de câmbio forte.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o Brasil tem uma economia duas vezes maior que a do México, mas o Nomura disse que o abismo pode desaparecer até 2022 se as taxas de crescimento mexicanas se mantiverem no topo da faixa projetada pelo banco e as do Brasil, na extremidade inferior.

Ao longo da próxima década, o Nomura projeta crescimento médio de 2,75 por cento a 3,25 por cento no Brasil e de 4,25 por cento a 4,75 por cento no México. Se ambos os países crescerem nas extremidades inferior ou superior das estimativas do Nomura, o México superará o Brasil em 2028-29.

"Se o Brasil não adotar reformas estruturais, e o México o fizer, então o cenário ''México em alto crescimento, Brasil em baixo'' parece o mais provável", avaliou o economista do Nomura Benito Berber.


Se o crescimento do Brasil na próxima década ficar na faixa superior da banda projetada pela instituição financeira japonesa e o México crescer na faixa inferior, o Brasil manterá a sua liderança.

O recém-eleito presidente mexicano Enrique Peña Nieto quer elevar o crescimento econômico anual para 6 por cento por meio de reformas no mercado de trabalho, no setor petrolífero dominado pelo Estado, e na base tributária.

O Brasil e o México têm se alternado como a maior economia da América Latina nas últimas décadas e o Brasil assumiu a liderança em 2005. Enquanto a estagnação política no México contraiu o crescimento, o Brasil tornou-se mais atraente para os investidores, incentivado pela demanda chinesa por suas exportações de commodities.

Mas o Brasil desacelerou. Economistas ouvidos pela Reuters projetam crescimento de 2 por cento na economia brasileira neste ano, bem longe do "boom" de 7,5 por cento em 2010, e crescimento de 3,7 por cento da economia mexicana. A diferença está ajudando a atrair investidores estrangeiros para ações e bônus mexicanos.

Os recentes anúncios de novas fábricas da produtora de pneus Pirelli, da unidade de carros de luxo da Volswagen, da Audi, e da montadora norte-americana Ford também destacam as vantagens do país sobre a China como um lugar para se fabricar bens para exportação aos vizinhos Estados Unidos.

"O México é o lugar para empresas e investidores", disse Geoffrey Pazzanese, que co-gerencia um fundo de investimentos avaliado em 523 milhões de dólares da Federated Investors.

Doze por cento do capital do fundo está investido no México, ante 8 por cento no Brasil.

Mas economistas esperam que o Brasil recupere-se a partir do segundo semestre deste ano, com a pesquisa da Reuters mostrando crescimento projetado de 4 por cento em 2013 --ofuscando os 3,5 por cento estimados para a economia mexicana.

"O Brasil provavelmente reacelerará para um crescimento mais rápido do que o México nos próximos anos", disse Pazzanese, destacando que a economia brasileira é mais cíclica do que a mexicana.

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