Mercado financeiro; economia brasileira; bandeira nacional brasileira (SEAN GLADWELL/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 10h57.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 12h26.
O Ministério da Economia divulgou nesta terça-feira (11) novas projeções para indicadores econômicos de 2020.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do ano, a nova previsão é de uma queda de uma queda de 4,5% ante o reuo de 4,7% projetados anteriormente.
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O número fica um pouco abaixo do previsto pelo mercado, no Boletim Focus do Banco Central, que vê queda de 4,66% para o PIB de 2020.
Uma das razões para a melhora é o desempenho da economia no terceiro trimestre, melhor do que o esperado.
Para o terceiro trimestre, o governo espera uma alta de 8,3% no PIB em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expectativa é de queda de 3,9%. Para 2021, a expectativa foi mantida em alta de 3,2%.
"A indústria e os serviços, segundo os PMIs, continuam recuperando no mês de outubro, com forte destaque para a recuperação da manufatura brasileira. Dessa forma, olhando para o indicador composto, a atividade econômica cresce e indica retomada do crescimento em 'V'", diz o Ministério da Economia no relatório que traz a grade de parâmetros da Secretaria de Política Econômica (SPE). Os novos números servirão de base para o próximo relatório de receitas e despesas da pasta.
O Ministério da Economia resslata ainda a importância da distribuição do auxílio emergencial durante a crise do coronavírus nessa melhora.
Apesar da melhora, o documento ressalta que as incertezas ainda existem, principalmente com a elevação dos novos casos de covid-19 no Hemisfério Norte.
Quanto à inflação oficial, medida pelo IPCA, a secretaria passou a ver avanço de 3,13% no acumulado de 2020 ante os 1,8% previstos em julho. O principal motivo para a elevação foram os preços dos alimentos.
A pasta resslata que a evolução do IPCA ao longo do ano mostra que a inflação acumulada em 12 meses do grupo Alimentação no Domicílio, após atingir um
valor mínimo de 5,06% em março, acelerou até alcançar 18,41% em outubro (último dado disponível).
"Por outro lado, o comportamento das demais categorias de produtos continua contribuindo de forma a manter a variação do índice geral dentro do intervalo de tolerância", diz no documento.
A meta para a inflação do ano é de 4%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo. Para o ano que vem, o centro da meta cai para 3,5%.
Em videoconferência transmitida após a divulgação dos resultados, o Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, falou sobre a importância de o governo perseguir uma consolidação fiscal, dizendo que o excesso de gastos prejudicaria muito a evolução do PIB.
O secretário disse ainda que espera a entrada de cerca de R$ 110 bilhões de reais na economia até janeiro entre a injeção das parcelas que ainda faltam do auxílio emergencial — cerca de R$ 45 bilhoes — e recursos do Fundo de Garantia (FGTS) que devem ser sacados pela população. "É valor suficiente para garantir a tração. Em meados de dezembro, vamos retomar os patamares de movimentação pré-covid", disse.
Sachsida ressaltou que, o país terá a frente 18 meses de reformas, que ainda tramitam no Congresso, sendo aprovadas, entre eleas independência do Banco Central e o marco regulatório sobre cabotagem. "Vão ser grandes meses de reformas, passo a passo vamos avançar em todas as agendas fiscais", diz.
Questionado sobre o nível de empregos no mercado de trabalho, preocupação crescente entre analistas de mercado, o secretário disse que o emprego vai crescer em 2021: "O grosso do desemprego vem do trabalho informal. À medida que o setor de serviços retomem, naturalmente, voltará a contratar. Da mesma forma, À medida que o distanciamento social diminui, volta contratação de informais também", diz.