Economia

Economia do Japão cresce apenas 1,4% entre abril e junho

O dado do trimestre abril-junho está muito abaixo do registrado entre janeiro e março, quando o PIB japonês cresceu 5,5% a ritmo anual


	Economia japonesa foi afetada pela piora do consumo interno e das exportações no meio da crise na zona do euro
 (Mark Thompson/Getty Images)

Economia japonesa foi afetada pela piora do consumo interno e das exportações no meio da crise na zona do euro (Mark Thompson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2012 às 06h54.

Tóquio - A economia do Japão sofreu um forte arrefecimento entre abril e junho ao crescer 1,4% a ritmo anual, afetada pela piora do consumo interno e das exportações no meio da crise na zona do euro.

O dado do trimestre abril-junho está muito abaixo do registrado entre janeiro e março, quando o Produto Interno Bruto (PIB) japonês cresceu 5,5% a ritmo anual, segundo uma revisão em alta publicada hoje que atualiza em oito décimos o número anterior.

Frente ao trimestre precedente, a terceira maior economia mundial se expandiu entre abril e junho 0,3%, detalhou o relatório preliminar do Escritório do Gabinete.

A forte desaceleração da recuperação econômica japonesa foi maior do que o esperado pelos analistas, que apontavam para um crescimento de entre 2,2% e 2,5% a ritmo anual e de 0,6% em relação ao trimestre anterior.

Por trás deste arrefecimento estão os efeitos da crise europeia e seu impacto nas exportações, que representam 40% do PIB japonês e que nos últimos meses perderam força perante a queda da demanda externa e a força do iene.

A valorização da moeda japonesa, considerada uma divisa refúgio, é uma das grandes dores de cabeça das empresas exportadoras japonesas, já que um iene forte baixa seriamente sua competitividade no exterior.

O de abril-junho foi o quarto trimestre consecutivo de crescimento do Japão, que apesar do difícil contexto global espera se manter no caminho da 'recuperação moderada' nos próximos trimestres, assegurou em entrevista coletiva o secretário de Estado de Política Econômica, Motohisa Furukawa.

No entanto, Furukawa também advertiu que o Governo 'deve ficar alerta a novos sinais de deterioração das economias estrangeiras', uma das grandes ameaças para a economia japonesa.

A queda da demanda na Europa e nos EUA abre uma brecha na balança comercial japonesa, que, além disso, sofre a carga de um aumento das importações de hidrocarbonetos por causa da paralisação da maioria das usinas nucleares do país após o acidente em Fukushima, algo que obrigou a aumentar o ritmo das usinas termoelétricas.

Isso se traduziu no maior déficit comercial da história do Japão na primeira metade do ano, com um saldo negativo de 2,91 trilhões de ienes.

Além das exportações, no arrefecimento econômico de abril-junho pesou a piora da demanda interna, que aumentou apenas 0,1% a ritmo trimestral e 0,6% a ritmo anual, o pior dado em cinco trimestres.

O consumo interno, que representa 60% do PIB japonês, se viu afetado entre outras coisas por um enfraquecimento da demanda em setores como o automotor por causa, segundo os analistas, de um menor impacto das ajudas fiscais para a compra de veículos menos poluentes.

O gasto público, por sua vez, cresceu 7,2% a ritmo anual graças principalmente à reconstrução das zonas arrasadas pelo devastador tsunami que no ano passado assolou o nordeste do país, o que representa uma contribuição de 0,3% para o total do PIB de abril-junho.

O ritmo de crescimento do Japão no segundo trimestre do ano esteve ligeiramente abaixo do dos EUA, que cresceu entre abril e junho 1,5% a ritmo anual, o que refletiu por sua vez em um arrefecimento com relação aos 2% de janeiro-março.

O PIB da China, segunda maior economia mundial, se expandiu no trimestre passado 7,6%, abaixo dos 8,1% registrados entre janeiro e março.

Para este ano fiscal, que no Japão termina em março de 2013, o Banco do Japão (BOJ, banco central japonês) prevê que a economia cresça 2,2%. EFE

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