Brasil: atividade econômica da região Sudeste avançou 0,6% no trimestre encerrado em agosto, ante o trimestre finalizado em maio (omersukrugoksu/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 8 de novembro de 2019 às 11h08.
Última atualização em 8 de novembro de 2019 às 11h40.
São Paulo — A atividade econômica da região Centro-Oeste avançou 2,0% no trimestre encerrado em agosto, ante o trimestre finalizado em maio. A informação é do Boletim Regional do Banco Central (BC), divulgado nesta sexta-feira, 8.
No documento, o BC pontuou que a colheita da safra de inverno "impulsionou o nível de atividade na região, não apenas pelo efeito direto do setor, como também pelos desdobramentos das atividades associadas à cadeia de valor do agronegócio, especialmente os segmentos de transporte e comércio".
A instituição afirmou ainda que são esperados impulsos da indústria de alimentos nos próximos meses, "à medida em que houver o processamento de parte da safra".
O BC divulga nesta sexta o Boletim Regional em Belém (PA). No documento, a análise da atividade nas regiões leva em conta os dados até agosto deste ano.
A alta é a maior entre as regiões do país.
Segundo maior alta por região, a atividade econômica da região Norte avançou 0,8% no trimestre encerrado em agosto deste ano, ante o trimestre finalizado em maio.
De acordo com o BC, a economia do Norte foi marcada pela retomada do dinamismo no segmento de indústria extrativa, que havia apresentado recuo no trimestre até maio.
O BC pontuou que, neste contexto, a atividade econômica do Pará - Estado importante para a produção extrativa - cresceu 4,7% no trimestre encerrado em agosto.
Além disso, o desempenho da atividade econômica no Norte refletiu, em parte, "a continuidade da expansão das vendas do comércio e da produção do Polo Industrial de Manaus".
A atividade econômica da região Sudeste avançou 0,6% no trimestre encerrado em agosto, ante o trimestre finalizado em maio. De acordo com o Banco Central, "o desempenho no trimestre encerrado em agosto refletiu o crescimento consistente do comércio e as evoluções moderadas dos mercados de trabalho e de crédito, haja vista a estabilidade da produção industrial e do volume de serviços prestados".
Essa é maior alta entre as regiões do país.
No caso da indústria, a avaliação do BC foi de que "a retomada da produção extrativa no trimestre - com forte alta na extração de petróleo - condicionou a estabilidade, tendo em vista a redução na transformação (automotiva e metalurgia)".
O BC também pontuou que, no Sudeste, "o setor de construção tem se destacado na geração de emprego, sugerindo crescimento mais sustentado do segmento".
A atividade econômica da região Nordeste avançou 0,3% no mesmo período. Segundo o BC, "os indicadores de atividade econômica do Nordeste evidenciam ritmo de expansão mais moderado comparativamente às demais regiões".
"O desempenho ocorre em cenário de expansão do crédito, neutralizado, parcialmente, pela retração do parque fabril e das exportações", avaliou o BC.
A instituição pontuou ainda que o mercado de trabalho no Nordeste segue em recuperação gradual, com geração de postos de trabalhos formais, com destaque para a construção civil.
"Para os próximos trimestres, a evolução positiva da confiança dos empresários, em ambiente benigno de preços, e os estímulos da liberação do FGTS devem contribuir para maior crescimento", acrescentou a instituição.
A atividade econômica da região Sul avançou 0,2% no trimestre encerrado em agosto. De acordo com o BC, o nível de atividade na região manteve o processo de recuperação gradual, "apesar de registrar o menor ritmo de expansão entre as regiões no trimestre encerrado em agosto".
"O resultado reflete, em parte, o menor efeito positivo das safras de verão, cujas colheitas foram majoritariamente apropriadas nos trimestres anteriores, e o impacto negativo das reduções da produção industrial - após quatro trimestres de crescimento - e da prestação de serviços", avaliou o BC.
A instituição ponderou ainda que, nos próximos meses, a economia do Sul "deve ser estimulada pelos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pela manutenção da inflação em patamar baixo e pela disponibilidade de crédito, em contexto de redução das taxas de juros".