Economia

Economia da Venezuela "não é sustentável", segundo FMI

Segundo um relatório do FMI sobre as perspectivas econômicas para a América Latina e o Caribe, a região teria um retrocesso econômico de 0,5% neste ano


	Nicolás Maduro: nos últimos meses, a situação na Venezuela "piorou ainda mais" por uma crise no setor energético
 (Carlos Garcia Rawlins / Reuters)

Nicolás Maduro: nos últimos meses, a situação na Venezuela "piorou ainda mais" por uma crise no setor energético (Carlos Garcia Rawlins / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2016 às 20h19.

A situação econômica na Venezuela "não é sustentável" no médio prazo, com uma deterioração da capacidade produtiva aprofundada pela queda dos preços do petróleo, advertiu nessa quarta-feira um diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Com esse choque petroleiro de aproximadamente 20 pontos do Produto Interno Bruto, a situação econômica claramente não é sustentável no médio prazo na Venezuela", disse na Cidade do México, Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.

Werner apresentou um relatório do FMI sobre as perspectivas econômicas para a América Latina e o Caribe, segundo o qual a região teria um retrocesso econômico de 0,5% neste ano, o segundo consecutivo, arrastada principalmente pelo pobre desempenho da Venezuela e do Brasil.

Segundo o FMI, a queda do preço do petróleo para a Venezuela, de onde vem 96% de suas receitas, representa uma queda de 80 bilhões de dólares em 2013 a entre 20 e 25 bilhões em 2015.

Nos últimos meses, a situação na Venezuela "piorou ainda mais" por uma crise no setor energético, resultado "da falta de infraestrutura e da conjuntura climática", acrescentou o diretor.

Depois de, em 2015, a inflação na Venezuela ter chegado a 180,9%, o FMI prevê um aumento de preços de 700% no fim deste ano.

"Há anos, incluindo quando os preços do petróleo eram altos, a economia venezuelana "já dava sinais de deterioração" e para reativá-la é preciso "uma virada substancial na política econômica", que é difícil de prever.

"O prognóstico é muito difícil, mas claramente é uma situação em que os efeitos sobre a qualidade de vida, sobre a saúde da população já começam a ser significativos (...) há uma inflação muito elevada e uma escassez de bens básicos de entre 40% e 50%", acrescentou.

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