Economia

Economia do país sobe 2,4% e Cepal prevê o mesmo em 2014

Cenários para a economia brasileira em 2014 seguem dependendo do efeito que terão mudanças na política monetária americana e seus impactos em fluxos de capitais


	Preços: política econômica em 2013 se caracterizou pelo propósito de acelerar o crescimento e manter o controle sobre o processo inflacionário
 (Getty Images)

Preços: política econômica em 2013 se caracterizou pelo propósito de acelerar o crescimento e manter o controle sobre o processo inflacionário (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 19h36.

Santiago do Chile - A economia brasileira cresceu em 2013 2,4%, taxa superior ao 1% registrado em 2012, segundo estimativas divulgadas nesta quarta-feira pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que prevê para 2014 um aumento similar ao deste ano.

Em seu balanço preliminar das economias da América Latina e o Caribe, a Cepal indicou que estes números evidenciam as dificuldades provocadas por um panorama externo que ainda está dominado pela crise internacional e uma maior volatilidade de variáveis macroeconômicas locais, como a taxa de câmbio e a taxa de juros.

Os cenários para a economia brasileira em 2014 seguem dependendo do efeito que terão as mudanças na política monetária americana e seus impactos nos fluxos de capitais, assim como da capacidade das políticas fiscais e de crédito internas para responder a essas mudanças.

A Cepal espera que ano que vem se observem os efeitos favoráveis das políticas iniciadas em 2013, como uma menor inflação e uma maior implementação de investimentos em projetos de infraestrutura e energia.

No entanto, dada a incerteza desses cenários e a volatilidade derivada deles, estima-se que o crescimento será semelhante ao observado em 2013.

O nível de atividade ao longo deste ano apresentou uma trajetória oscilante, com uma variação trimestral do produto interno bruto (PIB) em relação ao período anterior, nula no primeiro trimestre, de 1,8% no segundo e de -0,5% no terceiro, lembrou a Cepal.

Essa oscilação se deve principalmente às variações na produção industrial como consequência dos ajustes de "stocks" derivados das mudanças nas políticas monetária e fiscal e na disponibilidade de crédito para os consumidores.

O investimento se recuperou com força no primeiro semestre do ano e caiu 2,2% no terceiro trimestre com relação ao mesmo período de 2012, apesar de ter acumulado uma variação nos primeiros nove meses de 6,5%.


O consumo seguiu crescendo, a um ritmo de 2,4% nos nove primeiros meses do ano, enquanto a expansão do emprego e as remunerações reais continuaram em menor ritmo, e o índice de desemprego permaneceu em níveis baixos.

O relatório preliminar da Cepal indica que a taxa de inflação se manteve dentro da meta, com 5,8% em doze meses.

A política econômica em 2013 se caracterizou pelo propósito de acelerar o crescimento e manter o controle sobre o processo inflacionário, em condições de elevada volatilidade externa, especialmente pela expectativa de possíveis mudanças na política monetária dos Estados Unidos.

A volatilidade da taxa de câmbio refletiu igualmente o efeito da deterioração nas contas externas brasileiras em 2013.

O balanço comercial de bens registrou um déficit de US$ 84 milhões entre janeiro e novembro de 2013. No mesmo período de 2012 chegou a um superávit de US$ 17,2 bilhões.

Com o aumento dos pagamentos de serviços e rendas, o déficit em conta corrente se elevou a US$ 67,5 bilhões (diante de um déficit de US$ 39,6 bilhões nos dez primeiros meses de 2012).

Como porcentagem do PIB, o déficit aumentou de -2,61% no acumulado de janeiro a outubro de 2012 a -3,63% no mesmo período de 2013.

Na conta de capital e financeira, entraram US$ 66,5 bilhões em 2013, cerca de 10% a mais que os US$ 60,6 bilhões registrados no mesmo período de 2012.

As reservas internacionais entre janeiro e outubro deste ano registraram uma diminuição de US$ 2,2 bilhões se comparado a dezembro de 2012, alcançando os US$ 376,9 bilhões no conceito de liquidez.

Já a dívida pública líquida permaneceu em torno de 35,1% do PIB e a bruta, em 59% do PIB.

O ritmo de expansão do crédito continua se reduzindo, de uma taxa anual de 16,4% em 2012 a uma de 9,7% em setembro de 2013.

Por último, o nível de emprego continuou crescendo, mas num ritmo menor. A taxa de desemprego em outubro de 2013 foi de somente 5,2%, com o que se espera que a taxa média anual seja novamente inferior aos 6%.

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