Instituto afirmou que sua previsão segue a premissa de um não agravamento da crise europeia e com os EUA evitando o "abismo fiscal" (Feng Li/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 18h10.
Pequim - O crescimento econômico da China pode acelerar para 8,2 por cento em 2013 ante esperados 7,7 por cento este ano em resposta às políticas oficiais de promoção do crescimento, mas os riscos das incertezas globais permanecem, informou nesta quarta-feira a Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, na sigla em inglês).
O principal instituto de pesquisa do país disse em relatório sobre a economia da China que Pequim deveria intensificar políticas fiscais proativas no ano que vem, incluindo expandir "apropriadamente" o déficit fiscal e cortar impostos que prejudicam a eficiência econômica.
A China ainda não divulgou a projeção oficial do Produto Interno Bruto (PIB) para 2013, mas o status da CASS como o principal centro apoiado pelo Estado de pesquisa acadêmica e política significa que sua perspectiva, até certo ponto, reflete o pensamento do governo central.
"Nós estamos cautelosamente otimistas sobre as perspectivas para 2013. Nós devemos estar alertas para possíveis riscos de queda e preparados com políticas suficientes", afirmou o órgão.
As recomendações da CASS estão em linha com os planos da liderança central do país para tornar as políticas macroeconômicas mais objetivas no ano que vem, incluindo permitir mais precificação de produtos básicos pelo mercado e expansão de reformas do imposto de valor agregado.
Já há sinais de recuperação econômica na segunda maior economia do mundo, com as duas pesquisas do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgadas nesta semana mostrando que o ritmo de crescimento do setor industrial acelerou.
"A China pode divulgar mais políticas para estabilizar o crescimento econômico quando necessário, à medida que o governo tem uma margem de manobra relativamente extensa nas políticas fiscal e monetária", afirmou a repórteres o vice-diretor do Instituto de Economia Quantitativa e Técnica do CASS, Li Xuesong.
"A China deveria aumentar o déficit fiscal apropriadamente no ano que vem e aumentar o investimento em construção de infraestrutura a partir da receita central", disse Li, sem dar uma sugestão de meta de déficit.
O instituto afirmou que sua previsão de 8,2 por cento de crescimento do PIB segue a premissa de um não agravamento da crise da dívida europeia e com os Estados Unidos evitando o "abismo fiscal".
O crescimento econômico anual da China desacelerou para 7,4 por cento no terceiro trimestre, enfraquecendo por sete trimestres seguidos e deixando a economia no caminho do crescimento mais fraco desde 1999.