Economia

Economia brasileira continua estagnada no início de 2012, diz estudo

Relatório do Santander aponta que país não vai crescer mais do que 1% no início do próximo ano

Segundo o Santander a construção civil é pouco afetada pela desaceleração do país (Omar Paixão/EXAME.com)

Segundo o Santander a construção civil é pouco afetada pela desaceleração do país (Omar Paixão/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 14h49.

Rio de Janeiro- O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou estagnado no terceiro trimestre de 2011 e vai manter um crescimento inferior a 1% nos primeiros meses do próximo ano, afirma um relatório de perspectivas apresentado nesta quarta-feira pelo banco Santander.

'Há uma grande possibilidade de que o PIB seja negativo no terceiro trimestre de 2011', disse o economista-chefe da divisão brasileira do Santander, Mauricio Molan, para quem a retração da economia brasileira se situará em torno de 0,2%.

O Governo divulgará o dado oficial na próxima terça-feira, mas um alto executivo do Ministério da Fazenda disse na última semana que o crescimento do trimestre seria próximo a zero.

Depois desta estagnação, a recuperação será lenta entre outubro e dezembro, quando o PIB poderia subir 0,5% para terminar o ano com um avanço de 3%, segundo as previsões do Santander.

O banco espanhol calculou que entre janeiro e março, o PIB poderia crescer entre meio ponto e 1%, dependendo da conjuntura internacional.

Molan explicou que a estagnação da economia brasileira foi heterogênea e afetou menos aos serviços, especialmente ao comércio no varejo e à construção civil, o que também influencia que a inflação permaneça alta nestes setores.

Ele acrescenta que a magnitude da desaceleração econômica vai ser suficiente para moderar a inflação, mas não para colocá-la de acordo com a meta do Governo, disse Molan.

De acordo com o banco, a alta de preços será de 6,5% no final deste ano e 5,5% em dezembro de 2012, números que superam a meta oficial, que é de 4,5% para os dois anos.

O banco espanhol elogiou a 'ação agressiva' do Governo e do Banco Central na redução das taxas de juros e a adoção de uma política monetária expansionista nos últimos meses para antecipar-se ao forte enfraquecimento da economia.

O Santander previu que o Banco Central desça as taxas de juros em meio ponto, que estão atualmente em 11,5%, em sua reunião desta quarta-feira, e que prossiga este ritmo de cortes até situá-los em 9,5% no final de 2012. 

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