Economia

É plausível falar em meios de conter inflação, diz Tombini

Presidente do BC reiterou ainda que se mantém cauteloso devido à permanência de incertezas em relação aos preços


	Alexandre Tombini: "Ações foram tomadas, mas é plausível afirmar que outras poderão ser necessárias. Para decidir sobre isso, o Banco Central irá acompanhar a evolução do cenário econômico", disse o presidente do BC durante palestra em Porto Alegre.
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Alexandre Tombini: "Ações foram tomadas, mas é plausível afirmar que outras poderão ser necessárias. Para decidir sobre isso, o Banco Central irá acompanhar a evolução do cenário econômico", disse o presidente do BC durante palestra em Porto Alegre. (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2013 às 22h02.

Porto Alegre - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta segunda-feira ser plausível que a autoridade monetária tome outras ações para conter a inflação, reiterando que se mantém cauteloso devido à permanência de incertezas em relação aos preços.

"Ações foram tomadas, mas é plausível afirmar que outras poderão ser necessárias. Para decidir sobre isso, o Banco Central irá acompanhar a evolução do cenário econômico", disse ele durante palestra em Porto Alegre.

Tombini reiterou que uma das ações foi o ajuste na política monetária através da comunicação do BC, como já havia dito na semana passada em audiência pública no Senado, surtindo efeito nas taxas de juros ao tomador final.

A cautela em relação aos próximos passos deve-se, segundo Tombini, à persistência de incertezas inflacionárias. "O Banco Central tem comunicado à sociedade sua preocupação com o nível e a resistência da inflação nos últimos meses. Não obstante, dadas às incertezas remanescentes, o Banco Central tem atuado com cautela", disse.

Um dos dados que Tombini já disse que quer observar, na semana passada, é o resultado do IPCA de março que sai na próxima quarta-feira. Pesquisa da Reuters mostrou que a inflação oficial deve ultrapassar o teto da meta, de 6,5 % pelo IPCA, em março, chegando a 6,62 %.

Se isso ocorrer, o estouro ocorreria de forma antecipada à previsão do BC, que informou, no Relatório Trimestral de Inflação, que os preços em 12 meses chegariam a 6,7 % apenas no segundo trimestre.

O mercado tem discutido qual será o momento em que a Selic --hoje na mínima histórica de 7,25 % ao ano-- será elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). As maiores apostas estão concentradas na reunião de maio, mas alguns investidores não descartam a elevação já no encontro da próxima semana.

Tombini afirmou ainda que a economia brasileira deve ter crescimento ao ritmo anualizado de 4 % no primeiro trimestre desse ano e que o investimento também deve ter registrado expansão no mesmo período.


"Nesse primeiro trimestre, provavelmente crescemos ao ritmo de 4 % ao ano. E a expectativa do mercado aponta um crescimento em 2013 ao redor de 3 %", disse o presidente do BC.

Ele citou que um dos motores do crescimento continua sendo a demanda doméstica. "A demanda doméstica continua sendo o principal suporte da economia. A expansão moderada do crédito, a geração de empregos e a ampliação da renda continuam estimulando o consumo das famílias", citou.

Tombini disse ainda, em Porto Alegre, que as intervenções no câmbio servem para fazer com que o mercado funcione adequadamente. O dólar encerrou esta segunda-feira praticamente estável frente ao real, com variação negativa de 0,03 %, cotado a 1,9875 real na venda.

Sobre o cenário externo, Tombini voltou a reiterar que as incertezas permanecem. "A perspectiva continua sendo de baixo crescimento econômico por um período prolongado para a economia global", afirmou ele.

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