Parque Ibirapuera; Entre os ativos oferecidos à iniciativa privada, estão o Autódromo de Interlagos, Estádio Pacaembu, Parque Ibirapuera e Mercado Municipal (Turismo em São Paulo/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 8 de junho de 2017 às 17h33.
Última atualização em 8 de junho de 2017 às 18h02.
São Paulo – O governo da cidade de São Paulo precisa ser mais eficiente e investir mais em habitação, educação e saúde, afirmou o secretário de desestatização da cidade de São Paulo, Wilson Poit.
Uma das formas de destravar recursos é a privatização de dezenas de ativos, como o Parque Ibirapuera e Autódromo Interlagos, disse ele, no Fórum EXAME PPPs e Concessões 2017 que acontece hoje, 8.
“É hora de o governo ficar menor, mais eficiente, e focar no verdadeiro serviço público e no que é novo”, afirmou ele, sobre o projeto de privatização do prefeito de São Paulo, João Doria Jr..
Ainda que a cidade conte com um orçamento de R$ 54,7 bilhões previstos para 2017, "não há espaço para investimento". "Por isso, vamos sair de vários negócios e empresas que dão prejuízo e que no fim quem paga por eles somos nós, o povo", afirmou.
Entre os ativos oferecidos à iniciativa privada, estão o Autódromo de Interlagos, Estádio Pacaembu, Parque Ibirapuera, Mercado Municipal, terminais de ônibus e o sistema de Bilhete Único. "São 55 projetos e estamos com 10 que são nossa prioridade", resumiu.
Entre os ativos oferecidos para privatização, o sistema de Bilhete Único está chamando bastante a atenção de investidores, de acordo com o secretário.
Segundo ele, hoje os mais de 15 milhões de cartões são usados apenas para pagar a passagem de ônibus, metrô e trem. Mas em algumas cidades do mundo ele já tem outras utilidades, como cartão de débito. Um exemplo é o cartão para transporte público em Tóquio, no Japão, também usado para compras e alimentação.
Ainda no setor de transportes, a prefeitura está oferecendo os mais de 29 terminais de ônibus da cidade como foco de investimento. A ideia é que empresas gerenciem os terminais e construam faculdades, shoppings e academias nessas áreas. "O terminal Parque Dom Pedro II pode ser o maior shopping popular da cidade", exclamou Poit.
No começo deste mês, a prefeitura iniciou o processo de concessão de 14 parques municipais. No momento, o governo está aberto para receber estudos de investimentos e contrapartidas, que serão avaliados por uma comissão. "São Paulo tem 107 parques e a prefeitura gasta milhões para mantê-los", disse o secretário.
A Câmara Municipal aprovou, no início de maio, o projeto de lei da gestão João Doria para criar o conselho de desestatização e o fundo de desenvolvimento. Esse fundo irá investir os recursos arrecadados com os projetos de privatização, concessão e Parceria Público-Privada (PPP) que serão firmados pela prefeitura.