Dudley: "O crescimento não estava no Brasil há um ano ou dois, mas agora o País também está passando por uma recuperação cíclica" (Stan Honda/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de março de 2018 às 15h58.
Última atualização em 1 de março de 2018 às 15h59.
São Paulo - O presidente da regional de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), William Dudley, destacou em apresentação nesta quinta-feira, 1, em São Paulo que a economia mundial está crescendo e a expansão está em toda parte no planeta. Mesmo o Brasil, após dois anos de encolhimento, voltou a crescer, disse o executivo, que hoje tem jantar com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
"O crescimento não estava no Brasil há um ano ou dois, mas agora o País também está passando por uma recuperação cíclica", disse. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1% em 2017, pondo fim a dois anos de recessão.
"Se você olhar o ambiente econômico de crescimento global, estamos em um momento bem favorável", disse ele, ressaltando que há poucas exceções entre as principais economias do mundo que não estão crescendo. "A expansão está sincronizada e isso é uma boa coisa." Dudley afirmou estar bem confiante sobre o avanço da atividade econômica dos EUA.
O dirigente comentou durante a parte final do evento, já na sessão de perguntas e respostas, que o Brasil tem questões a resolver no sistema previdenciário.
Dudley destacou ainda que os dirigentes do Fed têm objetivos muito específicos, determinados pelo Congresso dos EUA. A autoridade monetária, disse ele, não tem controle sobre outras políticas, como a comercial ou a de imigrantes. Cumprir a meta de inflação e garantir o máximo emprego são os dois mandatos do Fed, ressaltou ele.
"Tentamos ficar de fora do processo político, somos um banco central independente", afirmou o presidente do Fed de Nova York.
Dudley afirmou na tarde desta quinta-feira, 1, que "não é um grande fã" do bitcoin.
"Temos de separar o que é moeda e o que é tecnologia. E eu ainda não entendo muito a tecnologia por trás das criptomoedas", afirmou, em evento na sede do Banco Central em São Paulo. "Particularmente sobre o bitcoin, não sou muito fã."
Em novembro, em palestra na Universidade Rutgers, em Nova Jersey, Dudley havia afirmado que os bancos centrais começaram a "pensar em algo a respeito" para oferecer moedas digitais, mas que era "muito prematuro" dizer se algo concreto seria ofertado.