Mario Draghi durante a conferência de imprensa mensal do BCE, em Frankfurt (Ralph Orlowski/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2014 às 18h00.
Jackson Hole - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, está confiante de que os estímulos anunciados em junho, aliados ao euro mais enfraquecido, vão estimular a demanda na economia da zona do euro, mas ressaltou nesta sexta-feira que a autoridade monetária europeia está pronta para fazer mais.
Falando na conferência anual de bancos centrais em Jackson Hole, nos Estados Unidos, Draghi disse que indicadores econômicos recentes confirmaram que a recuperação do bloco monetário continua "uniformemente fraca" e prometeu manter a política expansionista por um longo período.
O BCE cortou os juros às mínimas históricas em junho e lançou uma série de medidas para injetar dinheiro na enfraquecida economia da zona do euro. A inflação no bloco tem estado no que Draghi classifica como "zona de perigo", abaixo de 1 por cento, há 10 meses.
"Esto confiante de que o pacote de medidas que anunciamos em junho vai de fato fornecer o impulso almejado à demanda e estamos prontos para ajustar nossa política ainda mais", disse Draghi, segundo o texto de seu discurso.
"O Conselho também usaria instrumentos não convencionais para garantir que as expectativas de inflação estejam firmemente ancoradas no médio a longo prazo", afirmou.
Contudo, ele não acrescentou qualificadores desta vez, como fez nas declarações introdutórias na entrevista coletiva de agosto, quando adicionou: "... caso se torne necessário para enfrentar os riscos de um período de inflação baixa prolongado demais".
O instrumento mais poderoso que ainda resta na caixa de ferramentas do BCE são compras de ativos de grande escala, conhecidas como "quantitative easing" (QE), aos quais Draghi não fez referência em seu discurso.
Draghi espera que a economia seja amparada pelo enfraquecimento do euro, pelos planos de reviver o mercado europeu de empréstimos securitizados e novo plano de empréstimos de longo prazo do BCE, conhecidos como TLTROs.
Segundo ele, bancos demonstram "interesse significativo" por esses empréstimos.