Economia

Doria: Não pergunte se sou a favor da CPMF, porque vai ouvir um sonoro não

O governador de São Paulo participou do EXAME Fórum nesta segunda-feira, cujo tema é como recuperar o foco no desenvolvimento

João Doria, governador de São Paulo, no EXAME Fórum (Germano Luders/Exame)

João Doria, governador de São Paulo, no EXAME Fórum (Germano Luders/Exame)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 14h58.

Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 15h45.

São Paulo - "Não pergunte se sou a favor de CPMF, porque vai ouvir um sonoro não", disse João Doria nesta segunda-feira (09).

O governador de São Paulo participou do EXAME Fórum, em São Paulo, cujo tema é como recuperar o foco no desenvolvimento.

"Nosso governo, por ser liberal, não cria impostos, reduz. Tenho respeito pelo ministro Paulo Guedes, mas não vejo necessidade disso (nova CPMF)", acrescentou Doria.

Chamado informalmente de "nova CPMF", o imposto sobre transações financeiras que o governo pretende incluir em seu plano de reforma tributária vem sendo defendido por Guedes como uma forma de ajudar na redução do desemprego.

O ministro diz isso, pois o imposto substituiria a tributação patronal sobre a folha de pagamento de trabalhadores registrados, o que deixaria o custo das contratações mais baixo na teoria.

Ainda sobre impostos, Doria diz que, apesar de ser contra a guerra fiscal, seu governo não vai permitir que nenhuma empresa ou industria que está em São Paulo saia do estado em busca de outras terras para o seus negócios. "A partir de agora, quem está aqui fica aqui", disse.

Sobre a reforma da Previdência, Doria diz que espera que o Congresso inclua, por meio de PEC paralela, os estados e municípios no plano.

"Não é justo deixar, em ano eleitoral, para que os prefeitos façam suas reformas, porque eles não vão conseguir fazer. Espero que os deputados tenham consciência que isso é bom para o Brasil", disse o governador.

O governador de São Paulo foi bastante aplaudido ao dizer que um país não cresce sem investir em tecnologia e ciência.

"Não só não cortamos investimento em ciência e tecnologia como destinamos 100 milhões de reais para pesquisa em São Paulo, para a Fapesp, que pertence a universidade de São Paulo", disse nesse contexto.

Outro momento em que Doria parou de falar para dar espaço aos aplausos, foi ao defender que "não se diz isso sobre nenhuma mulher", em relação aos comentários feitos pelo presidente Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes sobre Brigitte Macron, esposa do presidente da França.

Segundo ele, o Brasil está tendo problemas "graves, não gravíssimos" na Europa com a crise da Amazônia, e o presidente deveria ter a "grandeza que teve o ministro Guedes" de pedir desculpas pelo comentário.

Doria também disse que Bolsonaro precisa brigar menos e não antecipar a eleição de 2022.

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