Economia

Doria elogia MP do governo, mas diz a Bolsonaro que "não é hora de brigar"

Governador de São Paulo pediu a Bolsonaro "discernimento e serenidade para agregar forças" durante o surto de coronavírus

Coronavírus: "Nossa visão é positiva em relação a essa medida", afirmou Doria (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

Coronavírus: "Nossa visão é positiva em relação a essa medida", afirmou Doria (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2020 às 15h24.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 15h26.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, a conduta do presidente Jair Bolsonaro em relação à crise do coronavírus. Bolsonaro tem criticado governadores por adotarem medidas preventivas contra o covid-19 antes do Planalto e de seus ministérios. Em resposta, o governador de São Paulo disse que "não é este o procedimento que se espera de um presidente da República". Doria ainda pediu a Bolsonaro "discernimento e serenidade para agregar forças", em um apelo direto ao presidente.

Apesar dos atritos com o chefe do Planalto, Doria elogiou a medida provisória 927/2020, editada pelo governo federal, que permite às empresas suspender os contratos de seus funcionários por até quatro meses como forma de reduzir os impactos da crise do novo coronavírus nas companhias.

"Nossa visão é positiva em relação a essa medida", afirmou Doria que ainda disse que a MP irá preservar empregos e prevenir a demissão em massa.

 

 

Diante das críticas à medida, porém, Bolsonaro afirmou em seu Twitter que determinou a revogação do artigo 18 da MP, que institui a suspensão dos contratos.

O governador de São Paulo também elogiou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão do pagamento de dívidas dos Estados com o Tesouro Nacional, para destinar os recursos ao combate ao coronavírus.

De acordo com Doria, até 30 de julho deste ano, São Paulo economizará um total de R$ 7,2 bilhões em dívidas com a União. Ele explicitou que o pagamentos serão feitos em outro momento, mas pediu ao governo federal que "tenha compreensão que a medida servirá para salvar vidas".

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