Economia

Donald Trump está "correto sobre economia", diz Krugman

Economista queridinho da esquerda americana acha que Trump é um "tagarela racista beligerante", mas que pelo menos diverge da ortodoxia republicana na economia


	Donald Trump, pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos
 (L.E. Baskow/Las Vegas Sun/Reuters)

Donald Trump, pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos (L.E. Baskow/Las Vegas Sun/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 11h06.

São Paulo - Donald Trump, o polêmico bilionário que tenta emplacar uma vaga na corrida presidencial americana, acaba de ganhar um defensor improvável: Paul Krugman.

Em uma coluna no New York Times com o título "Trump está certo sobre economia", o prêmio Nobel identificado com a esquerda americana nota que Trump está quebrando com a ortodoxia republicana.

Ele tem feito isso ao se mostrar disposto a aumentar impostos sobre os ricos e dizer coisas boas sobre o sistema universal de saúde (para o qual os Estados Unidos estão caminhando através do Obamacare).

Krugman lembra que os republicanos alertam há anos de que estas duas questões ameaçam a economia americana, mas que acabaram desmentidos por uma realidade de crescimento forte e desemprego em queda.

A mesma independência financeira que permite a Trump falar que vai deportar milhões de pessoas é o que permite a ele fugir do roteiro republicano sobre economia - a as implicações disso podem ser grandes.

O fato de que a base republicana aceita e apoia as ideias de Trump, o colocando como favorito e ignorando os ataques dos outros pré-candidatos, é "uma revelação".

Krugman deixa bem claro que não está endossando a candidatura de Trump, um "ignorante" cuja plataforma tem ideias "cruéis e absurdas" que supõe "racismo implícito".

Os comentários ecoam o de uma entrevista dura que deu recentemente para a Bloomberg chamando Trump de "tagarela" e "beligerante".

Para Krugman, a questão não é que Trump um bom candidato e sim que seus rivais republicanos fazem pose de sérios, mas quando o assunto é economia podem ser ainda piores. 

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