Economia

Dólar valorizado ajuda a aumentar déficit comercial dos EUA

Nesse mês, o déficit comercial dos EUA cresceu 7,1%, para US$ 43,8 bilhões, indicou o relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento de Comércio


	Dólares: a forte alta no valor do dólar nos últimos 12 meses tornaram os produtos americanos mais caros no exterior
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Dólares: a forte alta no valor do dólar nos últimos 12 meses tornaram os produtos americanos mais caros no exterior (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2015 às 14h43.

Washington - O fortalecimento do dólar impulsionou o aumento do déficit comercial em junho nos Estados Unidos, pela elevação das importações e a diminuição das exportações, o que evidenciou os efeitos da valorização da moeda americana no saldo comercial do país.

Nesse mês, o déficit comercial dos Estados Unidos cresceu 7,1%, para US$ 43,8 bilhões, indicou o relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento de Comércio.

A forte alta no valor do dólar, que se valorizou quase 20% em relação as principais divisas do mundo, incluindo o iene e o euro, nos últimos 12 meses tornaram os produtos americanos mais caros no exterior.

As exportações americanas diminuíram 0,1%, para US$ 188,6 bilhões; já as importações aumentaram 1,2%, para US$ 232,4 bilhões, empurradas pelo auge nas compras de produtos farmacêuticos, smartphones e automóveis.

Nos primeiros seis meses de 2015, o déficit com a China cresceu 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O saldo negativo com o Japão também cresceu, 4,1%.

O déficit comercial com a China tem um forte componente político nos EUA, especialmente em um momento no qual a Casa Branca se encontra imersa nas negociações para fechar o Tratado de Comércio Transpacífico com outros 11 países da Bacia do Pacífico e que exclui a China.

Os opositores a este acordo consideram que o pacto comercial prejudicaria os trabalhadores americanos, especialmente no setor industrial, ao levar seus empregos para países com encargos trabalhistas menores.

Igualmente destacável foi o dado referente ao déficit comercial com a União Europeia, que disparou 16% em junho, até US$ 14,5 bilhões, o maior registrado desde 1992.

Especialistas preveem que esta tendência se manterá no futuro próximo, diante da iminente alta das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que contribuirá para fortalecer ainda mais o câmbio do dólar, e o fato de o Japão e a zona do euro estarem imersas em políticas monetárias expansivas para estimular suas economias, que ainda se recuperam da crise.

Apesar do aumento de junho, o déficit médio durante o segundo trimestre foi de US$ 41,8 bilhões, 2,5% abaixo do mesmo período de 2014, e também caiu em comparação com a média acumulada do primeiro trimestre.

Assim, os analistas antecipam que o saldo comercial negativo não será um empecilho excessivo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, que avançou a um ritmo anual de 2,3%, segundo as primeiras estimativas do governo.

Após um início de ano complexo, quando o comércio exterior se viu afetado por uma prolongada greve sindical que fechou os portos do litoral oeste dos EUA, a situação se estabilizou.

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