Economia

Dólar tem queda ante real, de olho em BC e dados dos EUA

Expectativa é que o Banco Central possa aumentar a atuação no mercado de câmbio para conter a volatilidade da moeda norte-americana


	Câmbio: às 10h26, a divisa americana tinha oscilação positiva de 0,07%, a 2,3368 reais na venda
 (Bruno Domingos/Reuters)

Câmbio: às 10h26, a divisa americana tinha oscilação positiva de 0,07%, a 2,3368 reais na venda (Bruno Domingos/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 11h16.

São Paulo - O dólar recuava de leve ante o real na manhã desta segunda-feira, sob a expectativa de que o Banco Central possa aumentar a atuação no mercado de câmbio para conter a volatilidade da moeda norte-americana, que na sexta-feira fechou com a maior alta em quase 10 meses.

O mercado também trabalhava com cautela antes da reunião desta semana do Federal Reserve, que, segundo analistas, pode dar fôlego para que a moeda norte-americana continue sua escalada.

Às 10h26, a divisa dos Estados Unidos tinha oscilação positiva de 0,07 por cento, a 2,3368 reais na venda, após marcar na semana passada a mais forte valorização semanal em um ano.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,5 milhão dólares.

"O dólar voltou a níveis em que, historicamente, o BC já deu sinais de desconforto, então o mercado fica cauteloso", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Na sexta-feira, o dólar subiu depois que uma pesquisa mostrou que a presidente Dilma Rousseff (PT) ganhou terreno e empatou tecnicamente com a ex-senadora Marina Silva em um esperado segundo turno das eleições presidenciais.

Investidores preferem a vitória de Marina devido às críticas à condução da política econômica do atual governo.

Pesavam também sobre o câmbio as expectativas de que o Fed sinalize na quarta-feira que pode elevar os juros mais cedo do que espera o mercado, o que tenderia a atrair à maior economia do mundo capitais atualmente aplicados em outros mercados.

No entanto, dados divulgados nesta manhã mostrando que a produção industrial dos Estados Unidos recuou em agosto contribuíam para reduzir esses temores.

"Esta semana pode bem ser uma das semanas mais importantes do ano", escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em nota a clientes.

Segundo Galhardo, da Treviso, qualquer surpresa nesses dois âmbitos pode levar o dólar a ultrapassar o patamar de 2,35 reais, a menos que o BC indique insatisfação com esse movimento -- por exemplo, aumentando a oferta de swaps cambiais para rolagem do lote que vence em outubro. Nos leilões anunciados para esta sessão, contudo, a autoridade monetária manteve o cronograma.

Pela manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que correspondem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil para 2º de setembro de 2015, com volume equivalente a 197,8 milhões de dólares.

O BC também fará nesta sessão mais um leilão para rolar swaps que vencem em 1º de outubro, com oferta de até 6 mil contratos. Até agora, o BC rolou cerca de 22 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)MoedasPaíses ricos

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE