Economia

Dólar pode atingir R$ 5,50 em 2019 com presidente anti-reforma, diz BofA

Cenário negativo, com governo hostil ao mercado e baixa governabilidade, causaria volta da recessão, Selic em dois dígitos e dólar em R$ 5,50

 (Yekorzh/Thinkstock)

(Yekorzh/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 3 de julho de 2018 às 12h45.

Última atualização em 3 de julho de 2018 às 13h10.

São Paulo - O dólar pode atingir a cotação de R$ 5,50 em 2019, de acordo com relatório do Bank of America Merrill Lynch divulgado nesta segunda-feira (02).

O banco traçou dois cenários possíveis para o pós-eleições. O mais positivo supõe um governo que siga com a agenda de reformas, com foco na Previdência, e tenha governabilidade alta.

O PIB neste cenário cresceria 1,8% em 2018 acelerando para 4% em 2019, com inflação baixa, Selic abaixo dos 7% e o dólar a R$ 3,30 no ano que vem.

Já o cenário negativo supõe um governo com agenda hostil ao mercado e muita incerteza sobre a capacidade de governar, o que causaria deterioração das condições econômicas.

Neste caso, a previsão é de um crescimento de 0,8% neste ano e a volta da recessão em 2019, com uma queda de 1% do PIB.

A Selic voltaria para um patamar de dois dígitos, a inflação estouraria os 6% definidos como teto de meta e o dólar chegaria a R$ 5,50.

"O ruído político associado ao ciclo eleitoral deve se intensificar nos próximos meses, adicionando riscos ao processo de retomada econômica", diz o texto.

Há uma semana, o Itaú Unibanco também citou um cenário binário com previsão de cotações médias para o dólar em R$ 3,50 e R$ 4,50.

No primeiro cenário, supõe-se mais dificuldade externa e a não aprovação de reformas internas, especialmente as fiscais, causando dificuldade para obter financiamento.

"Nesse caso, o País precisará gerar superávits em conta corrente, o que seria compatível com uma moeda mais depreciada (acima de 4,50 reais por dólar)".

O outro cenário, com aprovação de reformas e melhora dos fundamentos econômicos, melhora a situação do financiamento externo e permite migrar para um câmbio mais apreciado (abaixo de 3,50 reais por dólar).

O último Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, também mostrou mudanças no cenário para o dólar em 2018.

A mediana das expectativas para o fim deste ano voltou a subir, de R$ 3,65 para R$ 3,70, alta forte em relação aos R$ 3,50 verificados há um mês.

Já a projeção para o câmbio no fim de 2019 seguiu em R$ 3,60, ante R$ 3,50 de quatro pesquisas atrás.

Nesta terça-feira (03), o dólar caia para abaixo dos R$ 3,90 com a cena externa mais tranquila após uma alta de quase 1% na véspera.

Acompanhe tudo sobre:bank-of-america-merrill-lynchDólar

Mais de Economia

Escala 6x1: favorito para presidência da Câmara defende 'ouvir os dois lados'

Alckmin diz que fim da jornada de trabalho 6x1 não é discutida no governo, mas é tendência mundial

Dia dos Solteiros ultrapassa R$ 1 trilhão em vendas na China

No BNDES, mais captação de recursos de China e Europa — e menos insegurança quanto à volta de Trump