Economia

Dólar fecha em leve queda com cautela por política interna e Fed

A moeda norte-americana recuou 0,12%, a 3,1690 reais na venda, depois de chegar a 3,1842 reais na máxima do dia.

Dólar (Gary Cameron/Reuters)

Dólar (Gary Cameron/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 17h58.

Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 17h59.

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com leve queda ante o real nesta terça-feira com a entrada de vendedores após a moeda norte-americana ter atingido 3,18 reais durante o pregão, em meio à cautela dos investidores com a cena política interna e também de olho na sucessão do comando do Federal Reserve, banco central norte-americano.

O dólar recuou 0,12 por cento, a 3,1690 reais na venda, depois de chegar a 3,1842 reais na máxima do dia. O dólar futuro caía 0,14 por cento no final da tarde.

"No momento em que o dólar subiu aqui, o nosso exportador e os operadores estavam operando o nível de 3,18 reais, e houve um volume de vendas excepcional. Foi esse volume que derrubou (o mercado)", explicou o superintendente da Correparti CorretoraRicardo Gomes da Silva.

De maneira geral, a cautela vem predominando nos mercados diante da cena política conturbada, com os investidores acompanhando as discussões na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados sobre o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) pela rejeição da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

A reunião do colegiado deve ser suspensa devido à ordem do dia no plenário da Casa, e existe a possibilidade de não ser retomada nesta terça-feira. O temor dos investidores é de que o andamento da denúncia possa afetar importantes pautas econômicas no Congresso Nacional, em especial a reforma da Previdência.

O exterior também passou a pesar sobre os investidores, com a possibilidade de o futuro comandante do Federal Reserve ser mais conservador após a notícia de que o presidente norte-americano, Donald Trump, preferiria o economista de Stanford John Taylor para comandar o banco central norte-americano.

"Ninguém vai tomar posição enquanto não houver informações do âmbito político aqui com a segunda denúncia contra o Temer e também com relação ao Fed, sobre o qual houve uma especulação mais forte", afirmou o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello.

Uma fonte familiar com a situação afirmou que Trump tem um grupo de cinco candidatos entre os quais escolherá o próximo chair do Fed, e deve anunciar sua escolha antes de ir para a Ásia no início de novembro.

Pesquisa da Reuters com economistas mostrou manhã que Jerome Powell provavelmente será o próximo chair do Fed, mas a maioria deles disse que a atual chair, Janet Yellen, cujo mandato acaba em fevereiro de 2018, seria a melhor opção.

(Por Patrícia Duarte e Laís Martins)

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCâmbioCongressoCorrupçãoCrise políticaDólarEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemMichel TemerOperação Lava Jato

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética