Economia

Dólar e volta do IPI puxam preços de eletrodomésticos

Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revela que na primeira quadrissemana deste mês, a geladeira ficou, em média, 3,98% mais cara

Eletrodomésticos (Dado Galdieri/Bloomberg)

Eletrodomésticos (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2013 às 09h27.

São Paulo - Os preços ao consumidor de refrigeradores, fogões e lavadoras não param de subir desde o fim de agosto na cidade São Paulo, o maior mercado consumidor do País. Esse movimento ocorre apesar de as grandes redes varejistas de eletrodomésticos informarem que estão mantendo os preços dos itens da linha branca desde 1.º de outubro, quando houve recomposição parcial do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre esses produtos.

No começo deste mês, o governo elevou de 8,5% para 10% a alíquota do IPI dos refrigeradores; de 4,5% para 5%, o IPI das lavadoras semiautomáticas e, de 3% para 4% o imposto dos fogões.

Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) feita para apurar o Índice de Preços ao Consumidor revela que na primeira quadrissemana deste mês, encerrada em 7 de outubro, a geladeira ficou, em média, 3,98% mais cara.

Em igual período que contempla uma semana com a nova alíquota do imposto, os preços médios do fogão e da lavadora subiram 3,4% e 3,05%, respectivamente.

A pesquisa da Fipe mostra que os preços médios desses itens têm tido altas consecutivas desde o fim de agosto.

Três redes varejistas com lojas na capital paulista, Via Varejo (dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio), Walmart e Magazine Luiza informaram que não repassaram a alta do IPI para os preços ao consumidor. A Via Varejo informou que continua mantendo os preços, mas não deu perspectiva de quanto tempo essa política pode durar. O Walmart esclareceu que pretende segurar o repasse, referente à volta parcial do IPI, até o fim deste mês.

Reajuste

De acordo com Walmart, além da pressão de preços por causa do IPI, que está sendo absorvida pela empresa, os fabricantes de produtos da linha branca têm pedido reajustes de preços entre 3% e 4%.


O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) observa que, além da pressão exercida pela recomposição parcial do IPI sobre esses itens, há uma pressão advinda dos custos dos insumos usados para produzir esses eletrodomésticos por causa da alta do dólar, que fica nítida no resultado do Índice de Preços por Atacado(IPA) dos produtos industriais. Nesse rol de insumos estão o aço e as resinas plásticas.

Em agosto, por exemplo, o IPA industrial acumulava alta de 4,93% em 12 meses. Em setembro, esse índice tinha subido para 6,06%. E, na primeira prévia deste mês, o IPA industrial subiu para 7,55%.

Na avaliação de Ubirajara José Pasquotto, diretor da rede Cybelar, com forte atuação no interior de São Paulo e Minas Gerais, existe uma combinação de pressões vindas da alta do dólar com a elevação do imposto. No entanto, ele informou que os produtos com alteração de preços não chegaram à sua rede. "Estamos trabalhando com estoques antigos", disse o executivo. De toda forma, os efeitos da volta do IPI e do dólar devem ter impacto na segunda quinzena deste mês. "Alguma coisa vai ser repassada."

Já a Lojas Cem, concorrente direta da Cybelar no interior de São Paulo e de Minas Gerais, tem estoque de produtos da linha branca para manter os preços sem aumento de IPI até meados de dezembro, segundo o supervisor-geral da rede, José Domingos Alves. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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