Economia

Dólar cai novamente e se reaproxima de R$3,60 com Turquia e ata do Fed

Após divulgação da ata do FED, o dólar reduziu levemente os ganhos. a moeda já havia perdido força no começo da tarde, após a Turquia elevar os juros

Dólar: Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,6798 reais e, na mínima, a 3,6163 reais. O dólar futuro caía cerca de 0,60 por cento. (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Dólar: Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,6798 reais e, na mínima, a 3,6163 reais. O dólar futuro caía cerca de 0,60 por cento. (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de maio de 2018 às 17h36.

São Paulo - O dólar engatou nesta quarta-feira sua terceira queda consecutiva e chegou mais perto dos 3,60 reais, ajudado pela melhora do ambiente para moedas emergentes no exterior após a Turquia ter elevados os juros e depois de o Federal Reserve, banco central norte-americano, não ter mudado as perspectivas sobre o futuro da sua política monetária.

O dólar recuou 0,54 por cento, a 3,6251 reais na venda, acumulando, em três sessões, queda de 3,06 por cento.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,6798 reais e, na mínima, a 3,6163 reais. O dólar futuro caía cerca de 0,60 por cento.

"O Fed não trouxe novidades em sua ata, apenas fortaleceu a decisão do último dia 2, sem surpresas", comentou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Segundo a ata do Fed divulgado nesta tarde, a maioria dos membros do banco central avaliou que outro aumento dos juros seria justificado "em breve" se a perspectiva econômica continuar intacta.

Os juros futuros norte-americanos precificam apostas amplamente majoritárias de nova alta em junho, a segunda de 2018, se confirmada. A questão é se depois desse próximo movimento o Fed terá que subir mais que o esperado a taxa básica do país.

"Não vemos na ata muita clareza sobre as especificidades dos aumentos das taxas de juros", afirmou o analista da gestora CIBC, Avery Shenfeld, em nota, acrescentando que via três altas de juros neste ano ao todo.

De modo geral, os mercados vinham tomando posições defensivas diante das perspectivas de que o Fed possa elevar os juros mais do que o esperado neste ano, movimento que teria potencial para afetar o fluxo global de capitais.

Após a divulgação da ata, o dólar reduziu levemente os ganhos ante a cesta de moedas. Sobre divisas de países emergentes, o dólar já havia perdido força já no começo da tarde, após a Turquia elevar os juros e defender sua moeda.

Depois de subir quase 5 por cento ante a lira turca mais cedo, o dólar recuava cerca de 2,5 por cento nesta tarde. Também caía ante o peso mexicano e o rand sul-africano.

O banco central da Turquia elevou as taxas de juros em 3 pontos percentuais nesta quarta-feira, a 16,5 por cento, medida decisiva para sustentar a lira e reconquistar a confiança dos investidores abalada pelas intervenções do presidente Tayyip Erdogan.

"A Turquia preocupa porque é emergente e um destino de investimentos comparável com o Brasil. Sempre existe temor de contágio, de respingo", afirmou mais cedo diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer, quando a lira sofria fortemente e afetava as moedas emergentes.

Internamente, a ação mais intensa do Banco Central brasileiro, por meio de ofertas de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro, também ajudava no movimento de queda do dólar.

O BC vendeu o volume integral de até 15 mil novos contratos, totalizando 3,5 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos. No mês, até o dia 18, o fluxo cambial está positivo em 314 milhões de dólares, mas fechou a semana passada negativo em 48 milhões de dólares.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 4,805 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

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