Economia

Dívidas atrasam recuperação da economia, diz Meirelles

"Se uma crise é enfrentada rapidamente, com as famílias e as empresas com situação financeira em ordem, o país se recupera logo", afirmou ministro

Meirelles: no entanto, ministro considerou um bom sinal o fato de o endividamento das famílias estar caindo (Ricardo Moraes/Reuters)

Meirelles: no entanto, ministro considerou um bom sinal o fato de o endividamento das famílias estar caindo (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 17h32.

Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 17h34.

O endividamento das empresas e das famílias é o grande responsável pelo atraso na recuperação da economia, disse hoje (14) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Ele afirmou que a demora na tomada de medidas para enfrentar uma crise que dura dois anos tornou mais longo o processo de recuperação. Ele reafirmou que a economia voltará a crescer em 2017, principalmente a partir do segundo semestre.

"Esse é o padrão no mundo todo. Se uma crise é enfrentada rapidamente, com as famílias e as empresas com situação financeira em ordem, o país se recupera logo. A crise atual começou em 2014, mas só começou a ser combatida em 2016, quando havia muitas empresas afetadas e gente demitida", explicou o ministro em seminário promovido pelo jornal Correio Braziliense.

O ministro disse que a demora para as famílias e as empresas normalizarem a situação financeira levou ao atraso na recuperação econômica.

Ele, no entanto, ressaltou que os problemas foram herdados do governo anterior e considerou um bom sinal o fato de o endividamento das famílias estar caindo.

"A reorganização empresarial e do parque produtivo não acontece do dia para a noite. As famílias que ficaram endividadas começam a diminuir as dívidas. Por um lado, é uma boa notícia que o total de endividamento das famílias caindo. Por outro, é uma notícia ruim porque elas ainda não estão consumindo", declarou.

Meirelles reafirmou a projeção apresentada ontem (13) de que, na comparação entre o quarto trimestre de 2015 e o quatro trimestre de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) crescerá 2,8%.

Para o ano inteiro, no entanto, a pasta estima expansão de apenas 1%, por causa do carregamento da crise deste ano nos primeiros meses de 2017.

De acordo com o ministro, a recuperação do emprego começará um pouco mais tarde, por volta do meio do ano.

Ele considerou que a aprovação da emenda constitucional que introduz um limite de crescimento para os gastos públicos é uma medida histórica, que representa apenas a base para o início da recuperação econômica, ao trazer mais confiança para empresários e investidores.

"Estamos enfrentando [a crise] bem e com sucesso. A PEC [proposta de emenda constitucional] do teto dos gastos foi aprovada, a reforma da Previdência foi apresentada no Congresso. Temos medidas aprovadas recentemente, como a lei de governança das estatais, com efeito no médio e no longo prazo, e a reforma da legislação do pré-sal, que desobriga a Petrobras de investir em todos os campos", acrescentou o ministro.

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