Economia

Dívida pública sobe pelo 10º mês seguido e chega a 90,7% do PIB

De acordo com a Instituição Fiscal Independente, endividamento deve chegar a 93,1% do PIB no fim do ano

A relação dívida/PIB é a maior da série histórica do BC iniciada em dezembro de 2006 (Paulo Whitaker/Reuters)

A relação dívida/PIB é a maior da série histórica do BC iniciada em dezembro de 2006 (Paulo Whitaker/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 10h19.

A dívida pública brasileira registrou o décimo crescimento mensal seguido em outubro e atingiu 90,7% do PIB, de acordo com as estatísticas do Banco Central (BC). A relação dívida/PIB é a maior da série histórica do BC iniciada em dezembro de 2006.

O endividamento vem subindo desde janeiro, mas acelerou a partir de março, já com os primeiros impactos da crise da Covid-19 na economia e a consequente necessidade de aumento dos gastos.

Em janeiro, a relação dívida/PIB estava em 76,2% e subiu em todos os meses desde então, passou a marca dos 90% pela primeira vez na história em setembro e chegou a 90,7% em outubro, ou R$ 6,57 trilhões. O aumento foi de 14,5 pontos percentuais só neste ano.

A preocupação com a trajetória da dívida pública causou conflitos entre a equipe econômica na última semana. Depois do presidente do BC, Roberto Campos Neto, dizer que o governo precisava mostrar que tinha um plano para cuidar da situação fiscal do país, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu, dizendo que o governo tinha um plano e que Campos Neto sabia disso.

Depois desse mal-estar, ambos conversaram e, segundo interlocutores, a relação entre os dois estava “tranquila”. Campos Neto chegou a dizer que o evento estava superado.

A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, projeta que a dívida continue crescendo e termine o ano em 93,1% do PIB. Já o FMI espera que a dívida chegue a 101,4% no fim de 2020. Em outubro, o governo estimou que a dívida poderia passar dos 100% em 2025.

A estatística considera a dívida pública bruta, que compreende o governo federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os governos estaduais e municipais. O dado é acompanhado de perto pelo mercado financeiro para medir a capacidade do país de pagar suas dívidas, o chamado nível de solvência.

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