Esses números levam em conta as operações de swap pelo Banco Central, que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e têm impacto na dívida pública (Mark Wilson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2013 às 18h41.
Brasília – O vencimento de R$ 14,8 bilhões em papéis vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), fez a Dívida Pública Federal (DPF) registrar em junho a melhor composição da história.
A participação desses papéis na dívida interna caiu de 22,56% em maio para 20,34% no mês passado. A fatia dos títulos prefixados (com juros definidos antecipadamente), no entanto, subiu de 40,42% para 41,20%, pouco acima do recorde registrado em dezembro do ano passado.
A fatia dos títulos vinculados a índices de preços também caiu, de 36,40% para 35,70%. A forte alta do dólar registrada no último mês, no entanto, refletiu-se na participação da dívida interna vinculada ao câmbio. O percentual subiu de 0,62% em maio para 2,76% em junho.
Esses números levam em conta as operações de swap pelo Banco Central, que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e têm impacto na dívida pública.
Com taxas definidas antecipadamente, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão previsibilidade à administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida para cima, caso o Banco Central tenha de reajustar os juros básicos por causa da inflação.
Depois de atingir os melhores resultados da história por dois meses seguidos, o prazo médio da DPF interrompeu a sequência de recordes em junho. Segundo números divulgados hoje (24) pelo Tesouro Nacional, o prazo médio recuou de 4,30 anos, em maio, para 4,26, no mês passado. Apesar disso, o intervalo é o segundo maior registrado desde o início da série histórica, em 2005.
O prazo médio corresponde ao tempo que o Tesouro leva para renovar completamente a dívida pública. O órgão não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses caiu de 23,38% em maio para 22,50% em junho. Prazos mais longos são favoráveis ao Tesouro, porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública.
Apesar da turbulência financeira internacional, a participação dos estrangeiros na dívida interna subiu em junho. A fatia da dívida mobiliária interna – em títulos – nas mãos de não residentes passou de 14,38% (R$ 264,69 bilhões), em maio, para 14,52% (R$ 275,18 bilhões) no mês passado. O recorde foi registrado em março, quando a participação atingiu 14,8%.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.