Economia

Dívida global permaneceu acima do pré-pandemia em 2021, a 247% do PIB, diz FMI

A dívida pública e privada total diminuiu em 2021 para o equivalente a 247% do PIB global, caindo 10 pontos porcentuais em relação ao seu nível máximo em 2020

Em dólares, no entanto, a dívida global continuou a crescer, embora a um ritmo muito mais lento, atingindo um recorde de US$ 235 trilhões no ano passado (Yuri Gripas/Reuters)

Em dólares, no entanto, a dívida global continuou a crescer, embora a um ritmo muito mais lento, atingindo um recorde de US$ 235 trilhões no ano passado (Yuri Gripas/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 13h37.

A dívida global permaneceu acima dos níveis pré-pandêmicos em 2021, mesmo depois de registrar o declínio mais acentuado em 70 anos, ressaltando os desafios para os formuladores de políticas, aponta o Fundo Monetário Internacional (FMI). A dívida pública e privada total diminuiu em 2021 para o equivalente a 247% do PIB global, caindo 10 pontos porcentuais em relação ao seu nível máximo em 2020, de acordo com a última atualização do banco de dados da dívida global do FMI. Em dólares, no entanto, a dívida global continuou a crescer, embora a um ritmo muito mais lento, atingindo um recorde de US$ 235 trilhões no ano passado.

A dívida privada, que inclui obrigações não financeiras corporativas e domésticas, impulsionou a redução geral, diminuindo 6 pontos porcentuais para 153% do PIB, de acordo a contagem única, publicada anualmente desde 2016. A queda de 4 pontos porcentuais para a dívida pública, para 96% do PIB, foi a maior queda em décadas, mostra o banco de dados. No entanto, a dívida global permaneceu quase 19% do PIB acima dos níveis pré-pandêmicos no final de 2021, indica o FMI.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo na newsletter gratuita EXAME Desperta.

A queda da dívida foi maior nas economias avançadas, onde tanto a dívida privada quanto a pública caíram em 5% do PIB em 2021, revertendo quase um terço do aumento registrado em 2020, apontam os dados. Nos mercados emergentes (excluindo a China), a queda dos rácios da dívida em 2021 foi equivalente a quase 60% do aumento de 2020, com a dívida privada caindo mais do que a dívida pública, indica o FMI. Nos países em desenvolvimento de baixa renda, os índices da dívida total continuaram a aumentar em 2021, impulsionados pela maior dívida privada, aponta o órgão.

A recuperação econômica e o aumento da inflação reduziu a dívida em mais de 10 pontos porcentuais do PIB no Brasil, Canadá, Índia e nos Estados Unidos, mas a dívida real caiu menos devido às necessidades de financiamento do governo e do setor privado, avalia o FMI.

Para o organismo, os governos devem adotar estratégias fiscais que ajudem a reduzir as pressões inflacionárias agora e vulnerabilidades da dívida no médio prazo, incluindo a contenção do crescimento das despesas, enquanto protege áreas prioritárias incluindo apoio aos mais atingidos pelo custo de vida na crise. Isso também facilitaria o trabalho dos bancos centrais e permitiria aumentos menores em taxas de juros do que seria o caso, avalia o FMI, que lembra que, em tempos de turbulência, a confiança na estabilidade de longo prazo é um bem precioso.

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:FMIDívidaseconomia-internacional

Mais de Economia

Milei afirma que Argentina está negociando novo empréstimo com o Tesouro dos Estados Unidos

Sindicato convoca assembleias regionais contra mudança no estatuto do IBGE

Operação Cadeia de Carbono ataca fraudes já estruturadas no país, diz ministro Fernando Haddad

Receita deflagra operação contra lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis