Economia

Divergência na diretoria do BC japonês testa presidente

Haruhiko Kuroda enfrenta divergência sobre como conduzir o radical estímulo monetário em meio s seus esforços para promover um crescimento sustentável

Presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda: ata da última reunião mostrou algumas autoridades do BC se opondo à meta de inflação de 2% em dois anos (Toru Hanai/Reuters)

Presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda: ata da última reunião mostrou algumas autoridades do BC se opondo à meta de inflação de 2% em dois anos (Toru Hanai/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2013 às 10h17.

Tóquio - Uma divergência na diretoria do banco central japonês sobre como conduzir o radical estímulo monetário para acabar com quase duas décadas de deflação destacaram os primeiros desafios que o presidente do BC Haruhiko Kuroda enfrenta em seus esforços para promover um crescimento sustentável.

As diferenças de opinião foram destacadas na ata da reunião de 26 de abril, que mostrou algumas autoridades se opondo à meta de inflação de 2 por cento em dois anos e pedindo mais flexibilidade na condução da política monetária.

A diretoria também entrou num debate considerável sobre a recente volatilidade nos mercados de títulos, que seguiu-se ao afrouxamento monetário do BC em 4 de abril, um sinal de que os membros estavam preocupados com a alta nos custos de empréstimo que pode prejudicar a política ultrafrouxa do banco central.

"Nós ainda vemos instabilidade potencial no mercado de títulos", disse um membro segundo a ata da reunião divulgada nesta segunda-feira.

A divergência e a volatilidade do mercado, que também afetou as ações de Tóquio, apresentam um desafio para as políticas fiscal e monetária expansionistas do primeiro-ministro, Shinzo Abe, que visam a reanimar a economia do Japão.

Eles também destacaram preocupações, mesmo dentro do BC, sobre o plano de estímulo do banco central que depende fortemente de melhorar a confiança e criar expectativas de inflação e crescimento futuros.

"Como a ação de afrouxamento de abril foi tão extrema, é natural que existam desacordos dentro do BC", afirmou o economista do NLI Research Institute em Tóquio Yasuhide Yajima.

O BC lançou o plano de estímulo mais intenso do mundo no mês passado, prometendo injetar 1,4 trilhão de dólares na economia em menos de dois anos para cumprir a promessa de atingir a meta de 2 por cento de inflação em aproximadamente dois anos.

Na reunião subsequente de 26 de abril, o BC ampliou o período de suas previsões econômicas para três anos e disse que o Japão deve provavelmente se aproximar da meta de inflação na segunda metade do período de três anos até março de 2016.

Entre os nove membros do conselho, os ex-economistas Takahide Kiuchi e Takehiro Sato discordaram das novas estimativas com a opinião de que elas são ambiciosas demais em um país que sofre com a deflação há 15 anos.

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