Economia

Dirigentes regionais espanhóis cumprirão meta de déficit

Porém, alguns presidentes autônomos discordaram da distribuição prevista entre as administrações para esse cumprimento


	Protesto na Catalunha: as comunidades autônomas se viram obrigadas a realizar fortes cortes para poder cumprir o objetivo de déficit, o que aumentou o mal-estar social
 (David Ramos/Getty Images)

Protesto na Catalunha: as comunidades autônomas se viram obrigadas a realizar fortes cortes para poder cumprir o objetivo de déficit, o que aumentou o mal-estar social (David Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 12h23.

Madri - Todos os presidentes autônomos espanhóis se comprometeram nesta terça-feira a cumprir os objetivos de déficit fixados, embora alguns tenham discordado com a distribuição prevista entre as administrações para esse cumprimento.

O compromisso ficou evidente nos primeiros discursos dos chefes de governo regionais, que tomaram a palavra após a declaração do presidente do Executivo, Mariano Rajoy, na cúpula regional que aconteceu hoje em Madri para criar uma frente comum perante a crise.

Fontes do governo central informaram que houve uma concordância total na transcendência que tem para a economia espanhola cumprir as obrigações impostas em termos de déficit.

No entanto, alguns dos dirigentes regionais expressaram seu desacordo com a distribuição existente para esse cumprimento e reivindicam uma flexibilização similar à que autorizou a Comissão Europa no objetivo de déficit para a Espanha, fixado em 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012 no lugar do 4,2% previsto.

As comunidades autônomas espanholas, que administram grandes recursos por ter competências nas áreas de saúde e educação, se viram obrigadas a realizar fortes cortes neste ano para poder cumprir o objetivo de déficit, o que aumentou o mal-estar social.

Rajoy, que reiterou que ainda não decidiu se finalmente recorrerá à ajuda do fundo de resgate permanente europeu, convocou uma cúpula hoje em Madri entre os presidentes das 17 comunidades autônomas espanholas em uma tentativa de reunir forças frente à crise e enviar uma mensagem de unidade à União Europeia (UE) e aos mercados.

A reunião acontece também em meio a fortes tensões sobre o modelo de financiamento regional, com o descontentamento manifestado publicamente por vários presidentes autônomos com o Orçamento Geral do Estado para 2013, marcado pela austeridade imposta pela necessidade de reduzir o déficit público como exige a UE.

A cúpula se celebra, além disso, a menos de um mês das eleições autônomas na Galícia e no País Basco, e dois meses antes das convocadas na Catalunha.

Estas últimas foram adiantadas em dois anos pelo presidente regional, o nacionalista Artur Mas, para abrir um processo defensor da soberania no qual os catalães possam decidir sobre seu futuro depois que Rajoy rejeitou dar um tratamento fiscal especial à Catalunha, que considera que fornece muito mais do que recebe dos cofres do Estado espanhol.

Hoje, Mas reivindicou em seu discurso uma distribuição mais 'justa' dos objetivos do déficit entre as autonomias e o Estado sem aludir a outras reivindicações como o pacto fiscal, segundo informaram fontes ligadas ao presidente catalão.

Já o presidente da comunidade Autônoma de Madri, Ignacio González, defendeu 'a união nacional' e advogou por 'paralisar as ameaças territoriais' para que a Espanha possa obter 'liquidez financeira' e os 'compromissos' necessários da UE, informaram fontes do governo madrilenho.

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