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Dirigente diz não ter dúvida de que Fed deverá elevar mais os juros nos EUA

O dado trouxe números acima do previsto pelos analistas, no momento em que o Fed continua a elevar juros para conter o quadro inflacionário

 (JuSun/Getty Images)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 14h44.

Última atualização em 14 de outubro de 2022 às 15h45.

A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de São Francisco, Mary Daly, afirmou nesta sexta-feira, 14, que a leitura mais recente do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos foi "muito desapontadora", e reafirmou a defesa da manutenção das altas de juros em andamento. O dado trouxe números acima do previsto dos analistas, no momento em que o Fed continua a elevar os juros para conter o quadro inflacionário.

Ao mesmo tempo, a dirigente notou que o BC olha para uma série de coisas na economia e lembrou que em partes dela já se nota a desaceleração almejada para conter os preços, como no setor imobiliário.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Daly concedeu entrevista ao Yahoo Finance. Na conversa, ela foi questionada sobre o nível exato de altas nos juros nas próximas duas reuniões.

Mary Daly se recusou a ser muito exata, reforçando que os dirigentes decidirão a partir dos dados que saírem. Além disso, lembrou que o Fed também está atento às incertezas globais. De qualquer modo, argumentou que é necessário agora "desacelerar o PIB de modo substancial" para conter os preços.

Diante da insistência sobre o rumo dos juros, Daly lembrou as estimativas mais recentes do comando do Fed, segundo a qual eles podem subir para entre 4,50% e 5,0%. "Não tenho dúvida de que devemos apertar mais" a política monetária de seu nível atual, apontou, defendendo entrar em "território restritivo" nos juros ainda em 2022, para garantir maior equilíbrio entre a oferta e a demanda na economia.

Daly ainda descartou que os dirigentes possam agora discutir uma eventual pausa no aperto ou mudanças nessa estratégia. Segundo ela, é preciso evitar que a inflação alta fique arraigada nas expectativas dos americanos.

A dirigente disse que é preciso elevar os juros e mantê-los lá para avaliar seus efeitos, mas tampouco descartou eventuais ajustes na estratégia, a depender do contexto. E ainda lembrou que o aperto ocorre em um quadro de economia "forte" no país.

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