Economia

Diretor pede sugestões a países diante de impasses na OMC

Sugestões foram pedidas pelo diretor da organização após o aparente fracasso nas negociações por um acordo comercial global


	Roberto Azevedo, diretor da OMC: "se e como faremos progresso, está em nossas mãos"
 (Fabrice Coffrini/AFP)

Roberto Azevedo, diretor da OMC: "se e como faremos progresso, está em nossas mãos" (Fabrice Coffrini/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2014 às 12h47.

Genebra - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, vai iniciar na quarta-feira consultas com embaixadores da entidade em busca de uma forma de juntar os cacos depois que as negociações por um acordo comercial global aparentemente sofreram uma derrota final na terça-feira.

"Se e como faremos progresso, está em nossas mãos", disse o brasileiro a enviados em reunião do Conselho Geral da OMC.

Alguns diplomatas têm dito que a reunião representava o prazo final para a Índia deixar de bloquear um acordo global, ou seria preciso desistir das negociação e dividi-las em grupos menores. Isso diminuiria o papel da OMC, que tem como base que as regras globais sejam acatadas por todos os membros.

A Índia levou a OMC de volta a um impasse em julho, poucos meses após o órgão comercial de 160 membros ter quase fechado seu primeiro acordo global nos 19 anos de existência.

Apesar de ser um acordo modesto, simplificando e unificando regulamentações aduaneira em todo mundo, diplomatas tinham esperança de que pudesse abrir caminho para novas negociações mais amplas.

Mas a Índia tem resistido à pressão para aceitar o acordo, insistindo na aprovação da demanda para ser autorizada a estocar alimentos subsidiados em paralelo com as novas regras aduaneiras. Autoridades do Ministério do Comércio da Índia dizem que Nova Délhi permanece comprometida com essa posição.

O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, disse nunca ter visto uma situação similar na organização, que tem sido afetada por impasses em negociações multilaterais de comércio há uma década.

"(Houve) algumas situações bastante terríveis, mas isso é único em incerteza e complexidade", disse ele após a reunião do Conselho Geral, um dos mais curtos da história.

Azevêdo disse na quinta-feira passada que "a continuação da atual paralisia vai servir apenas para degradar a instituição", e que tinha pouca esperança de avanços. Desde então, não se tem conhecimento de que algum membro da OMC tenha entrado em contato com Azevêdo para relatar qualquer avanço.

"Ele não está alertando os membros sobre uma crise iminente, ele disse que estamos no meio de uma agora ", disse Rockwell.

Após uma semana de consultas com membros da OMS, Azevêdo vai reunir os embaixadores da organização na semana seguinte para apresentar uma atualização da situação.

Especialistas em comércio afirmam que a OMC ainda tem um papel importante como um fórum para resolver disputas comerciais, mas que seu papel será reduzido e ficará cada vez mais obsoleto se suas regras comerciais de duas décadas atrás não evoluírem.

Acompanhe tudo sobre:ComércioNegociaçõesOMC – Organização Mundial do Comércio

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto