Economia

Diretor-geral da OMC diz que não vê sinais de EUA deixarem entidade

Roberto Azevêdo disse que negociações estão em andamento para evitar uma guerra comercial global

Azevêdo: "Eu não tenho absolutamente nenhuma indicação de que os EUA estejam abandonando a OMC" (Adnan Abidi/Reuters)

Azevêdo: "Eu não tenho absolutamente nenhuma indicação de que os EUA estejam abandonando a OMC" (Adnan Abidi/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de março de 2018 às 21h19.

Não há sinal de que os Estados Unidos estejam se distanciando da Organização Mundial do Comércio (OMC) e negociações estão em andamento para evitar uma guerra comercial global, afirmou o diretor-geral da entidade, Roberto Azevêdo, à BBC.

O presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu lançar uma série de sobretaxas de importação, irritando aliados e rivais do país.

Trump também está vetando a indicação de juízes da OMC, causando um atraso na definição de disputas e ameaçando paralisar a suprema corte do comércio global. Alguns especialistas em comércio exterior começaram a questionar se Trump quer destruir a OMC, formada por 164 membros.

"Eu tenho absolutamente nenhuma indicação de que os EUA estejam abandonando a OMC. Zero indicação", disse Azevêdo em entrevista à BBC.

No mês passado, Trump chamou a OMC de uma "catástrofe" e reclamou que os EUA têm apenas uma minoria de seus juízes. No dia seguinte, Azevêdo afirmou que os EUA têm uma boa situação no tribunal da entidade, uma vez que sempre tiveram um de sete juízes.

Questionado se a OMC deveria começar a pensar em um plano B sem a presença dos EUA, Azevêdo disse à BBC que não ouviu nada que sugira que tal situação esteja na mesa.

"Todo contato que eu tenho na administração dos EUA me assegura que eles estão engajados", disse Azevêdo. "Eu não acho que chegamos neste ponto ainda, mas estamos vendo os primeiros movimentos em direção a isso", acrescentou o diretor-geral da OMC ao ser perguntado sobre a possibilidade de deflagração de uma guerra comercial global.

"Queremos evitar a guerra, então tudo o que pudermos fazer para evitarmos entrar nesta situação precisaremos fazer", disse Azevêdo.

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