Economia

Direção da Petrobras cita confiança e diz que não renuncia

Presidente da Petrobras disse que a corrupção descoberta no seio da empresa obrigou a estatal a melhorar sua administração


	Graça Foster: "hoje estou aqui como presidente da Petrobras, enquanto contar com a confiança da presidente e que ela entenda que devo ficar"
 (Pedro França/Agência Senado)

Graça Foster: "hoje estou aqui como presidente da Petrobras, enquanto contar com a confiança da presidente e que ela entenda que devo ficar" (Pedro França/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 12h24.

Rio de Janeiro - A direção da Petrobras não vai renunciar, apesar do enorme escândalo de corrupção descoberto na empresa, porque conta com a confiança da presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira a presidente da companhia, Graça Foster.

"Hoje estou aqui como presidente da Petrobras, enquanto contar com a confiança da presidente e que ela entenda que devo ficar", disse a número um da maior empresa do Brasil, depois de admitir que falou várias vezes com Dilma sobre uma possível renúncia.

"Estamos aqui porque acreditamos neste projeto", acrescentou, ressaltando que ela e os demais diretores devem ser investigados de forma prioritária.

A empresa contratou consultores independentes para investigar líderes da estatal e suas subsidiárias, para que "entrem em seus armários, deem uma olhada em todos os papeis, levem seu computador, seu iPhone, seu iPad. E isso é muito bom, é uma investigação independente, é apolítica", considerou.

A presidente da Petrobras também disse que a corrupção descoberta no seio da empresa obrigou a estatal a melhorar sua administração.

"Estamos enfrentando a Operação Lava Jato, que fará com que a empresa fique muito melhor do que antes", disse Foster.

Para 2015, admitiu que a petroleira controlada em sua maioria pelo Estado brasileiro deverá "desacelerar alguns de seus investimentos" para ver se consegue "passar um ano 2015 sem captações" de fundos no mercado. "Economia, economia, economia. Gastar menos e fazer mais" é a meta, disse.

O escândalo explodiu em março, quando na operação policial "Lava Jato" um ex-diretor da empresa que revelou desvios milionários na empresa foi preso.

Mais de 35 pessoas, em sua maioria altos executivos das principais empreiteiras brasileiras, foram acusados de formar um cartel que divida contratos na Petrobras, e serão julgados. As empresas pagavam preços até 6% mais altos nos contratos destinados a pagar subornos e financiar políticos, segundo as denúncias.

Dezenas de políticos de três partidos, incluindo o Partido dos Trabalhadores (PT), foram envolvidos no escândalo, mas até agora nenhum foi acusado formalmente.

A polícia estima que mais de 4 bilhões de dólares foram desviados em uma década.

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