Economia

Dinheiro da Grécia deve durar até junho

Segundo representantes gregos e da zona do euro, informação desbanca temores de calote iminente


	Sede do BCE, em Frankfurt: fontes familiares negaram uma notícia de que a entidade tenha aumentado a pressão sobre os bancos gregos
 (Daniel Roland/AFP)

Sede do BCE, em Frankfurt: fontes familiares negaram uma notícia de que a entidade tenha aumentado a pressão sobre os bancos gregos (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2015 às 10h55.

Atenas/Bruxelas - A Grécia pode conseguir dinheiro suficiente para honrar suas obrigações financeiras até junho, disseram representantes gregos e da zona do euro nesta quarta-feira, desbancando temores de um calote iminente, em um momento de diminutas esperanças sobre um acordo com seus credores para um novo auxílio.

Fontes familiares com as políticas do Banco Central Europeu, enquanto isso, negaram uma notícia de que a entidade tenha aumentado a pressão sobre os bancos gregos ao reduzir o valor de garantias apresentadas por eles para conseguirem financiamento emergencial com o objetivo de se manterem solventes.

A Grécia recebeu dois resgates internacionais no valor de 240 bilhões de euros desde 2010, mas sua economia encolheu cerca de 25 por cento, o desemprego disparou e o governo de esquerda, eleito em janeiro, tem se recusado a completar um programa de reformas que inclua medidas as quais alega irão piorar a condição da economia.

O chefe do Grupo de Trabalho do Eurogroupo (EWG, na sigla em inglês), que prepara as decisões para os ministros das finanças da zona do euro, disse que Atenas não apresentaria uma nova lista de reformas econômicas --exigidas para a concessão de novos fundos da União Europeia-- em uma reunião de ministros na Letônia na sexta-feira.

Mas acrescentou que a Grécia deve ser capaz de permanecer solvente até junho. 

“A situação de liquidez na Grécia já está um pouco apertada, mas deve ser suficiente até junho”, disse o chairman do EWG, Thomas Wieser, à TV austríaca.

O vice-ministro das Finanças grego, Dimitris Mardas, disse que o governo buscava ter um impulso de caixa de 2,5 bilhões de euros ao forçar entidades estatais a emprestarem dinheiro para o Estado, a fim de cobrir pagamentos até o final de maio.

Excluído dos mercados de bônus e ficando sem dinheiro para pagar servidores públicos, pensionistas e fornecedores, além de sua própria dívida pública, o governo emitiu um decreto na segunda-feira ordenando que órgãos públicos transferissem o dinheiro que sobrasse para o banco central.

“Eu quero que estes 2,5 bilhões de euros cubram quaisquer necessidades que possam ocorrer, repito, levando em conta os piores cenários e as necessidades para maio”, disse Mardas à Star TV.

Ele acrescentou estar confiante de que a Grécia e seus credores chegarão a um acordo.

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