Economia

Dilma volta a fazer alerta sobre câmbio, diz sindicato

Os líderes sindicais se reuniram com a presidente para alertar sobre o que chamam de desindustrialização do parque interno

Nas últimas semanas, o governo vem impondo diversas medidas para conter a entrada de dólar e segurar a alta do real (José Cruz/ABr)

Nas últimas semanas, o governo vem impondo diversas medidas para conter a entrada de dólar e segurar a alta do real (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 19h51.

Brasília  - Reunida com representantes das centrais sindicais, a presidente Dilma Rousseff teria dito nesta quarta-feira que aqueles que apostarem na valorização do real frente ao dólar irão perder e que o governo poderá editar novas medidas para conter a alta da moeda brasileira, disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

Os líderes sindicais se reuniram com a presidente para alertar sobre o que chamam de desindustrialização do parque interno, diante de um câmbio desfavorável, que encarece o produto nacional, e uma forte alta de importações de manufaturados, o que causa o fechamento de indústrias e corte de empregos.

"(Ela) disse o seguinte: quem apostar no câmbio, vai perder, porque o governo, se for o caso, vai editar medidas provisórias toda semana para garantir que o câmbio não se valorize", disse Paulinho a jornalistas após a reunião.

Nas últimas semanas, o governo vem impondo diversas medidas para conter a entrada de dólar e segurar a alta do real.

Dilma chegou a classificar como "tsunami monetário" as injeções de recursos por países desenvolvidos numa tentativa de estimular suas economias, dinheiro que acaba sendo direcionado a nações emergentes, como o Brasil.

"A presidente reconhece que tem um processo de desindustrialização... (mas) na prática do governo é outra. É um governo lento, demorado, que enquanto as empresas estão quebrando está começando a ter desemprego na área industrial", disse.

O setor reinvindica medidas para proteger a indústria, como a desoneração da folha de setores mais afetados, a isenção de Imposto de Renda na Participação de Lucros e Resultados das empresas e negociação do fator previdenciário e aposentados. Mas nenhuma decisão foi acertada.

"A indústria brasileira está quebrando e as medidas do governo são lentas. Ela vai ter que enfrentar isso", disse o deputado.

Paulinho afirmou que haverá grandes manifestações por todo o país na semana que vem, inclusive com a paralisação de metalúrgicos na região do ABC, em São Paulo.

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