Economia

Dilma veta parte da lei dos royalties

Todo o valor que municípios e estados receberem das empresas petrolíferas por royalties procedentes de futuras concessões deverá ser investido em educação

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 20h24.

Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff vetou nesta sexta-feira um dos artigos da nova lei de divisão de royalties do petróleo para impedir que a legislação afete os contratos já assinados, informaram fontes oficiais.

Além de sancionar a nova lei com o veto do artigo mais polêmico, a presidente determinou que todo o valor que municípios e estados recebam das empresas petrolíferas por royalties procedentes de futuras concessões seja investido em educação, informou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em entrevista coletiva.

A chefe de Governo vetou o artigo 3 da lei aprovada este mês pela Câmara dos Deputados que estendia as novas regras sobre distribuição de royalties aos contratos de concessão já assinados para campos petrolíferos em operação.

O veto atende as reivindicações dos principais estados produtores do país, especialmente Rio de Janeiro e Espírito Santo, que exigiam respeito aos contratos assinados, que os beneficiam na divisão dos royalties.

O governo do Rio de Janeiro calcula que a lei, no caso de ser aprovada sem vetos, provocaria ao estado uma perda de perto de R$ 3,4 bilhões por ano a partir de 2013, que seriam enviados a outros estados que não produzem petróleo.

Segundo o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sem esses recursos já previstos no orçamento regional, o estado não teria como cumprir compromissos já assumidos, entre os quais figuram algumas das obras para os Jogos Olímpicos que o Rio organizará em 2016.

Além de vetar o artigo mais polêmico da nova lei, Dilma decidiu enviar ao Congresso uma medida provisória que obriga todos os Governos regionais e municipais a destinar para investimentos em educação os futuros royalties do petróleo.


''Trata-se de uma decisão com um grande significado histórico. Todos os royalties que surgirem de futuras concessões serão investidos em educação'', afirmou Mercadante.

''É uma determinação que se estende a todas as Prefeituras, aos Governos regionais e ao Governo nacional. Apenas a educação permitirá que o Brasil se transforme em uma nação efetivamente desenvolvida'', acrescentou.

A ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann assegurou na mesma entrevista coletiva que as decisões de Dilma têm como premissas o respeito à Constituição e aos contratos estabelecidos; a garantia de distribuição de riquezas do petróleo a todo o país e o fortalecimento da educação.

Gleisi acrescentou que a presidente quis conservar integralmente quase tudo o que foi votado pelo Congresso e que o único veto procura ''resguardar exatamente os contratos em exercício''.

A lei sancionada reduz do atual 26% para 20% a partir de 2013 a participação que os estados produtores de petróleo terão nos royalties gerados pelas concessões que forem emitidas a partir de agora.

Igualmente, reduz de 26,15% atual para 15% em 2013 e para 4% em 2020 a participação dos municípios produtores nos royalties.

A participação perdida pelos produtores será distribuída entre os demais estados e municípios do país para garantir que todo o Brasil se beneficie das riquezas geradas pelas gigantescas reservas petrolíferas descobertas em águas muito profundas do oceano Atlântico e que podem transformá-lo em um dos maiores exportadores mundiais de petróleo. 

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresRoyalties

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE