Economia

Dilma se diz preocupada com debate sobre ação militar no Irã

Em declaração à imprensa ao lado do primeiro-ministro britânico, David Cameron, Dilma afirmou que uma ação militar teria "graves" consequências para o Oriente Médio


	David Cameron e Dilma Rousseff: o Irã nega ter a intenção de desenvolver armas nucleares e diz estar enriquecendo urânio para uso em isótopos médicos
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

David Cameron e Dilma Rousseff: o Irã nega ter a intenção de desenvolver armas nucleares e diz estar enriquecendo urânio para uso em isótopos médicos (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2012 às 21h33.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira estar "preocupada" com a ideia de uma ação militar no Irã, acusado de estar desenvolvendo armas nucleares, e disse que tal movimento seria uma "violação" aos princípios da ONU.

Em declaração à imprensa ao lado do primeiro-ministro britânico, David Cameron, Dilma afirmou que uma ação militar teria "graves" consequências para o Oriente Médio.

"Me preocupa de uma forma muito especial a crescente retórica em prol de uma ação militar unilateral no Irã. Qualquer iniciativa desse tipo constituiria uma violação da carta da ONU", disse a presidente no Palácio do Planalto.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas nucleares e diz estar enriquecendo urânio para uso em isótopos médicos. Potências ocidentais e Israel temem que a partir desse nível de enriquecimento seja relativamente fácil alcançar o grau necessário para o uso em armas.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou na Assesmbleia-geral da ONU sobre os avanços nucleares do Irã. Israel tem sinalizado que pode atacar as instalações iranianas de enriquecimento de urânio se estiverem em condições de processar material para possíveis armas além do limite.


Dilma também reiterou sua posição contrária a uma solução não militar para os conflitos na Síria, além considerar "fundamental" o apoio às iniciativas do novo mediador internacional Lakhdar Brahimi para tentar dar fim aos 17 meses de violência em que mais de 20 mil foram mortos.

"Reiteirei ao primeiro-ministro a convicção do Brasil que não há solução militar para a crise síria. Um processo político liderado pelos próprios sírios é o melhor caminho para a superação do conflito", disse.

Dilma já havia condenado a violência na Síria durante seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, na terça-feira.

A presidente defendeu ainda uma maior participação da comunidade internacional na tentativa de uma solução para conflitos no Oriente Médio, principalmente no processo de paz entre Israel e Palestina.

Cameron, por sua vez, não opinou sobre a posição brasileira em relação aos conflitos internacionais, mas disse apoiar o pleito do Brasil por um assento fixo no Conselho de Segurança da ONU.

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