Leos também afirmou que os gastos do governo ainda são o "elo mais fraco" no perfil de classificação de risco do país (Reuters/Montagem EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2014 às 11h28.
São Paulo – Engana-se quem pensa que Dilma Rousseff e Marina Silva terão grandes diferenças econômicas como presidentes. A avaliação é de Mauro Leos, analista da Moody’s responsável pelo rating brasileiro.
“No nosso ponto de vista, como presidentes, elas não são tão diferentes quanto se pensa. Não se trata de pontos de vista extremos”, afirmou Leos nesta terça-feira.
Para ele, na prática, o atual cenário da economia forçará Dilma a tomar decisões que vão contra seus métodos. Já Marina encontrará diversas barreiras políticas para colocar em prática as mudanças que pretende fazer.
Leos também afirmou que os gastos do governo ainda são o "elo mais fraco" no perfil de classificação de risco do país, fato que alimenta temores de um crescimento econômico lento e que afeta confiança no país.
Neste mês, a Moody's rebaixou a perspectiva de rating soberano do Brasil de "estável" para "negativa", ameaçando rebaixar a nota do país devido ao maior risco do crescimento econômico continuar baixo e de piora nas métricas de dívida.
A agência também reafirmou o rating brasileiro em "Baa2", a segunda menor classificação dentro da faixa considerada como grau de investimento.
O mês do desgosto
Confirmando o quadro de deterioração fiscal do Brasil, as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) registraram um déficit primário de R$ 10,422 bilhões em agosto, o quarto consecutivo em 2014.
O valor é o pior resultado fiscal para meses de agosto em 18 anos. Segundo a série histórica do Tesouro Nacional, que começa em 1997, foi a primeira vez que o Governo Central teve resultado negativo em um mês de agosto.