Dilma: aumento da mistura de etanol na gasolina será determinada com a Anfavea, disse (Ichiro Guerra/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2014 às 15h22.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, disse nesta quarta-feira que pode considerar novas desonerações tributárias para estimular a cadeia de etanol e que o aumento da mistura do insumo na gasolina a 27,5 por cento é alvo de estudo com a Anfavea, a associação das montadoras de veículos.
"Acredito também que vai ser importante olhar o setor, como já desoneramos PIS e Cofins dentre outras questões, podemos fazer", disse Dilma em entrevista coletiva, após apresentar suas propostas para o setor agrícola na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
"Acredito também que estruturas de financiamento mais favoráveis ao etanol vão garantir uma ampliação da sua lucratividade", acrescentou.
Dilma afirmou ainda que um aumento da mistura de etanol na gasolina será determinada em conjunto com a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículo).
"Junto com Anfavea olhar a possibilidade de ampliar de 25 para 27,5 a mistura de etanol na gasolina", explicou a presidente.
A entidade e o governo estão analisando se é possível tecnicamente se essa adição maior de etanol é possível para os atuais motores.
Durante a apresentação aos representantes dos produtores, Dilma evitou fazer promessas para um eventual segundo mandato e se limitou a defender as ações do governo, principalmente na ampliação e no barateamento do crédito para o setor.
Segundo ela, essas medidas foram fundamentais para do agronegócio no país.
"Em 2003, quando o (ex-presidente) Lula assumiu, nós recebemos um Plano Safra... de 20,5 bi de reais para toda produção do agronegócio", disse.
"Os juros variavam entre 8,75 (por cento) no custeio até 11,95 por cento, quando era em investimento."
"Hoje tenho muito orgulho que na atual safra nós colocamos à disposição dos produtores o maior e mais completo Plano Agrícola. São 156 bilhões de reais, um crescimento real de 259 por cento", disse.
"Os juros de 4,5 (por cento) para investimento, até 6,25 (por cento) para custeio." Dilma tratou das principais demandas apresentadas pelo setor como desafios que terão que ser vencidos num segundo mandato.
Entre esses pontos, ela citou os investimentos em infraestrutura, principalmente em hidrovias, a demarcação de terras indígenas e incentivos à construção de mais estruturas de armazenagem.
Dilma admitiu, porém, que o governo precisa melhorar suas estruturas de defesa sanitária.
"Eu... assumo o compromisso de melhorar nossa defesa agropecuária. Está aquem da necessidade do país", disse.
Sobre a questão indígena, ela afirmou que o Brasil já demarcou 17 por cento do seu território para atender os índios e que agora só restaram áreas que geram conflito.
"Temos que construir mecanismos que levem a entendimento e não a conflito", disse.
Mais cedo, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que vai ampliar em 50 milhões de toneladas a capacidade de armazenagem nos próximos quatro anos e ampliará o seguro rural para 60 por cento da área plantada.
O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, também apresentou suas propostas aos representantes do agronegócio e disse que um ambiente macroeconômico equilibrado é fundamental para o campo.